"Hoje, o Canal do Panamá enfrenta novas ameaças. Os Estados Unidos não permitirão que a China comunista ou qualquer outro país ponha em risco a operação ou a integridade do canal", disse o Hegseth num discurso proferido numa esquadra de polícia situada numa das entradas do canal.
Os Estados Unidos, que escavaram e abriram o canal em 1914, cederam ao Panamá em 1999 o controlo da infraestrutura marítima que liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico.
No entanto, após a sua posse para um segundo mandato presidencial na Casa Branca, em janeiro passado, Donald Trump assumiu que os Estados Unidos pretendem recuperar o controlo do Canal do Panamá, não descartando o uso da força, alegando que é secretamente controlado por Pequim.
"Quero ser muito claro. A China não construiu este canal, não o opera. E não utilizará este canal como uma arma. Juntamente com o Panamá, garantiremos a sua segurança", declarou Hegseth, que se encontrou anteriormente com o Presidente panamiano, José Raúl Mulino, e membros do Governo.
O secretário da Defesa argumentou que "as empresas chinesas continuam a controlar a infraestrutura crítica na zona do canal", o que permite a Pequim "a oportunidade de conduzir atividades de vigilância" e tornar "o Panamá e os Estados Unidos menos seguros".
Pete Hegseth chegou ao Panamá na noite de segunda-feira para se reunir com autoridades do Estado centro-americano e participar numa conferência regional de segurança.
Nas suas declarações, salientou que os dois países "fizeram mais nas últimas semanas para reforçar a cooperação em matéria de defesa e segurança do que em décadas" e referiu-se a exercícios conjuntos, planeamento e outras formas de cooperação entre os dois países.
No âmbito da Conferência de Segurança da América Central (Centsec), coorganizada pelos Estados Unidos e pelo Panamá, o Departamento de Defesa norte-americano e o Ministério da Segurança Pública panamiano conduziram sessões de formação conjuntas para reforçar as capacidades e a segurança de ambos os países e da região.
Donald Trump argumentou que a presença de um operador de Hong Kong em dois dos cinco portos em redor do Canal do Panamá constitui o controlo chinês da via navegável, e que os Estados Unidos devem recuperá-la por razões de segurança nacional.
O seu homólogo José Raúl Mulino reiterou que o Canal "é e continuará a ser panamiano" e negou que a China ou qualquer outro país do mundo influencie a sua operação, que é gerida pela Autoridade Autónoma do Canal do Panamá.
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