"Esta guerra não pode continuar indefinidamente e, por isso, é necessário chegar a um cessar-fogo", frisou à agência France-Presse (AFP) Hossam Badran, membro do gabinete político do Hamas.
"A comunicação com os mediadores [Egito e Qatar] ainda está em curso e continua até agora", mas não há "novas propostas", acrescentou o líder do movimento islamita palestiniano.
Durante um encontro em Washington, na segunda-feira, com o presidente norte-americano, Donald Trump, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse estar a trabalhar num novo acordo sobre a libertação de reféns detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.
"Estamos a trabalhar noutro acordo que esperamos que seja bem-sucedido e estamos determinados a libertar todos os reféns", destacou o primeiro-ministro israelita, referindo-se aos sessenta prisioneiros ainda detidos em Gaza.
Após dois meses de uma frágil trégua entre o Hamas e Israel, o Exército israelita retomou a sua ofensiva militar na Faixa de Gaza em 18 de março, a partir da qual o movimento islamista palestiniano lançou o seu sangrento ataque contra Israel que desencadeou a guerra a 07 de outubro de 2023.
A recente trégua permitiu o regresso de 33 reféns israelitas, incluindo oito mortos, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinianos mantidos em prisões israelitas.
O primeiro-ministro israelita e o seu governo sustentam, contra o conselho da maioria das famílias e familiares dos reféns, que o aumento da pressão militar é a única forma de obrigar o Hamas a devolver os reféns, vivos ou mortos, ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Em 03 de abril, dois responsáveis do Hamas acusaram Israel de "obstruir uma proposta do Egito e do Qatar e de tentar inviabilizar qualquer acordo".
O Hamas e outros grupos armados palestinianos que combatem Israel "aceitaram as propostas que foram recentemente apresentadas pelos mediadores egípcios e qataris, que a ocupação rejeitou", lembrou Badran, acrescentando que o seu movimento estava "aberto a todas as ideias que pudessem levar a um cessar-fogo".
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islâmico palestiniano Hamas contra Israel a 07 de outubro de 2024, que resultou em cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo Telavive.
As autoridades de Gaza garantem que a ofensiva militar israelita, que se seguiu ao ataque, matou mais de 50.800 pessoas, incluindo as mais de 1.400 vítimas contabilizadas desde 18 de março, quando o exército israelita voltou aos ataques durante o cessar-fogo alcançado em janeiro.
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