"As escolas da UNRWA em Jerusalém-Leste estão ameaçadas de encerramento, já que seis receberam hoje ordens de fecho, entregues por funcionários do Ministério da Educação, que nelas entraram à força, acompanhados por polícias. Estas escolas recebem diariamente 800 alunos que não têm alternativas para exercer o seu direito à educação", salientou Friedrich.
Em 30 de janeiro entraram em vigor duas leis israelitas que proíbem as operações da UNRWA em "território soberano" - assim designado pelos israelitas apesar de Jerusalém Leste ter sido ocupado e anexado unilateralmente em 1980- e qualquer cooperação governamental com a agência da ONU.
Isto inclui as ações do pessoal da UNRWA quando cruzam postos militares na Cisjordânia ocupada ou coordenação com os militares israelitas, quando se tratar do movimento de ajuda dentro da Faixa de Gaza devastada.
O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, já classificou as ordens como "ilegais".
Nas redes sociais, Lazzarini escreveu que "as escolas da UNRWA estão protegidas pelos privilégios e pelas imunidades das Nações Unidas. As entradas não autorizadas e a emissão de ordens de encerramento dão uma violação destas proteções e representam uma revogação das obrigações de Israel respeitantes ao Direito Internacional".
Já em 18 de fevereiro, forças de segurança israelitas com funcionários municipais de Jerusalém ordenaram a evacuação imediata do centro de formação profissional da UNRWA no campo de refugiados de Qalandia, que, não obstante, ainda hoje continua a funcionar com normalidade, com mais de 300 estudantes.
Desde 1949 que a Assembleia Geral da ONU renova, todos os triénios, o mandato da UNRWA, mediante o qual esta presta serviços educativos e de saúde cruciais aos refugiados palestinianos que fugiram ou tiveram de abandonar as suas casas durante a guerra árabe-israelita de 1948 que deu lugar à criação de Israel.
Estes refugiados e seus descendentes totalizam cerca de cinco milhões de pessoas, distribuídas pelos Territórios Palestinianos Ocupados, Jordânia, Líbano e Síria.
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