Xanana Gusmão apela para diálogo e reconciliação nos países do g7+ para paz

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, apelou hoje para que os países membros do g7+ promovam o diálogo nacional e a reconciliação como o caminho para resolver conflitos, depois de o sistema global ter falhado.

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Lusa
11/04/2025 09:27 ‧ há 4 dias por Lusa

Mundo

Timor-Leste

tempo de aceitar uma verdade dolorosa: o sistema global liderado por nações poderosas falhou-nos repetidamente. Mas, enquanto líderes, devemos também reconhecer a nossa responsabilidade e agir em conformidade", afirmou Xanana Gusmão.

 

O líder timorense falava na sexta reunião ministerial do g7+, que teve hoje início e termina sábado em Díli, no âmbito de uma intervenção sobre como "Salvaguardar a paz em tempos turbulentos: A grande visão do g7+".

No âmbito daquela intervenção, Xanana Gusmão fez quatro propostas aos países do g7+, a começar por um apelo para o diálogo nacional e reconciliação nacional.

Segundo Xanana Gusmão, os membros do g7+ têm a autoridade moral e a experiência para defender a reconciliação não como uma agenda imposta por terceiros, mas como um "processo essencial liderado por aqueles que viveram a guerra e compreendem as suas consequências".

"Temos o poder de fazer isso porque as nossas ações são movidas pela solidariedade, não por interesses políticos ou económicos próprios. Não estamos aqui para ditar soluções, mas para estar ao lado uns dos outros como parceiros na paz", disse, pedindo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a nomeação de um enviado especial para o g7+.

A segunda proposta feita pelo líder timorense passa pela criação de um "quadro de aprendizagem entre pares", que poderá ser um modelo para políticas, fortalecimento de instituições e para orientar o trabalho de defesa do g7+ no palco global.

"Apesar de sermos rotulados como frágeis, os nossos países possuem uma sabedoria e experiência imensas que podem inspirar reformas significativas na construção do Estado. As nossas lutas tornaram-nos especialistas em superar adversidades, e as lições que aprendemos são inestimáveis", afirmou.

A terceira proposta, dirigida à comunidade internacional, exige que os países do g7+ sejam vistos como "parceiros iguais".

"Devem ir além de ver os estados frágeis como beneficiários perpétuos de ajuda e, em vez disso, investir na nossa resiliência. Um g7+ mais estável significa menos crises, menos guerras e, em última análise, uma necessidade reduzida de ajuda internacional", salientou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense afirmou também que os estados frágeis têm conhecimento e podem contribuir para os esforços globais de construção da paz.

Na última proposta, dirigida aos estados-membros da organização, Xanana Gusmão pediu mobilização de capital político e investimento no fortalecimento do g7+.

"Temos o potencial de salvaguardar a paz nos nossos países, resistir à interferência externa e impedir que as nossas nações se tornem novamente campos de batalha de rivalidades hegemónicas", afirmou o governante.

Mas, segundo o primeiro-ministro timorense, é preciso fortalecer a "unidade para reestruturar a conversa global sobre a construção da paz".

Para Xanana Gusmão, o g7+ pode permanecer como observador passivo ou unir-se para proteger os seus estados-membros das "cicatrizes da guerra e da pobreza".

O g7+ foi estabelecido em 10 de abril de 2010, em Díli, e surgiu com a preocupação de que a cooperação tradicional para o desenvolvimento não melhorava a situação das nações frágeis.

Afeganistão, Burundi, República Centro-Africana, Chade, Comores, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Libéria, Papua-Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Ilhas Salomão, Somália, Sudão do Sul, Timor-Leste, Togo e Iémen são os Estados-membros do g7+.

Leia Também: Presidente timorense diz que g7+ deve pressionar órgãos da ONU

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