Enviado especial de Trump reuniu-se com Putin durante 4 horas

O Presidente russo, Vladimir Putin, esteve hoje reunido durante mais de quatro horas com Steve Witkoff, enviado especial do homólogo norte-americano, Donald Trump, para discutir um cessar-fogo na Ucrânia, segundo o Kremlin.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
11/04/2025 22:26 ‧ há 2 dias por Lusa

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Ucrânia

A reunião, realizada à porta fechada na Biblioteca Presidencial em São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia, foi a terceira entre Witkoff e Putin em dois meses e durou perto de 4h30m, segundo as agências de notícias russas Ria Novosti e TASS.

 

"A reunião centrou-se em aspetos do acordo ucraniano", afirmou o Kremlin num curto comunicado emitido após a sua conclusão.

Na reunião participaram ainda o conselheiro do Kremlin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov, e o enviado presidencial para a cooperação económica internacional, Kiril Dmitriev.

Ushakov e Dmitriev reuniram-se primeiro a sós com o enviado norte-americano.

Logo após a conclusão do encontro com Putin, Dmitriev foi o único a indicar que a reunião foi bem sucedida.

"Negociações produtivas com Witkoff", escreveu o enviado de Putin na sua conta na rede social X.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou antes da reunião que esta era uma boa oportunidade para "transmitir a Witkoff os principais elementos da posição da Rússia e as maiores preocupações do país".

"Witkoff, como representante especial do presidente dos EUA, Donald Trump, trará algo a Putin. Ele ouvirá, e a conversa continuará sobre vários aspetos do acordo na Ucrânia", acrescentou.

Contudo, Peskov indicou que não se poderia esperar qualquer "progresso" da reunião de hoje.

"Não há razão para esperar qualquer progresso. Há um processo de normalização das relações e uma tentativa de abrir caminho a um processo de paz na Ucrânia", insistiu.

Apesar da recente trégua entre Kiev e Moscovo nos ataques contra infraestruturas energéticas, prosseguem as hostilidades e a Rùssia ameaça deixar cair este entendimento a 16 de abril devido ao que alega serem violações contínuas da moratória.

Kiev, por seu lado, acusa as forças russas de prosseguir ataques quase diários contra infraestruturas civis.

Se não for alcançado um cessar-fogo até ao final do mês, o líder norte-americano poderá impor sanções adicionais à Rússia, seja através do poder executivo ou pedindo ao Congresso que aprove nova legislação de sanções, de acordo com a imprensa norte-americana.

Trump manifestou hoje frustração com a falta de progressos entre a Ucrânia e a Rússia, através da porta-voz da Casa Branca.

"O Presidente [Trump] foi muito claro ao expressar a contínua frustração com ambos os lados deste conflito e quer ver o fim da guerra", declarou a porta-voz à imprensa na Casa Branca.

No entanto, a porta-voz indicou que os Estados Unidos mantêm influência suficiente para negociar um acordo de paz e Trump está determinado a avançar.

O político republicano, que no regresso à Casa Branca em janeiro defendeu uma aproximação ao Kremlin e teceu duras críticas ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou recentemente insatisfação com os contínuos bombardeamentos russos na Ucrânia e falta de compromisso de Moscovo com uma trégua.

Pouco antes do início da reunião de hoje, Trump instou a Rússia a tomar medidas para pôr fim às hostilidades na Ucrânia.

"A Rússia precisa de se mexer. Muitas pessoas estão a morrer, milhares por semana, nesta guerra terrível e sem sentido. Uma guerra que nunca deveria ter acontecido, que nunca teria acontecido se eu fosse Presidente", afirmou na plataforma Truth Social.

Apesar da sua aproximação à Rússia, Donald Trump apenas conseguiu obter anuência de Vladimir Putin a uma trégua bastante limitada, em março, com a moratória sobre os ataques às infraestruturas energéticas.

Um acordo para uma trégua no mar Negro foi também anunciado em termos vagos e de âmbito limitado.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

[Notícia atualizada às 23h04]

Leia Também: Putin e enviado de Trump discutem hoje "resolução" do conflito

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