Segundo porta-aviões dos EUA no mar Arábico antes de negociações com Irão

Um segundo porta-aviões norte-americano está em águas do mar Arábico, antes da próxima ronda de negociações entre Irão e Estados Unidos, mostram imagens de satélite analisadas hoje pela agência de notícias Associated Press (AP).

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© Getty Images

Lusa
15/04/2025 16:37 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A presença do USS Carl Vinson e do grupo de ataque no mar Arábico coincide com bombardeamentos aéreos, atribuídos aos Estados Unidos, contra áreas controladas pelos rebeldes Huthis do Iémen, apoiados pelo Irão, durante a última madrugada. 

 

As autoridades norte-americanas têm reiterado que a campanha militar, lançada há um mês pelo Presidente Donald Trump contra os Huthis, visa também pressionar Teerão nas negociações sobre o programa nuclear iraniano.

No entanto, permanece a incerteza sobre o local onde decorrerá a ronda negocial do próximo fim de semana. Inicialmente, as autoridades apontaram Roma como anfitriã das conversações, mas o Irão insistiu que as negociações devem regressar a Omã, algo que os Estados Unidos ainda não confirmaram.

As negociações têm um peso significativo para os dois países, cujas relações são marcadas por quase meio século de hostilidade. Trump tem repetidamente ameaçado lançar ataques aéreos contra o programa nuclear iraniano, caso não seja alcançado um acordo. 

Por seu lado, os responsáveis iranianos têm alertado que poderão avançar para a produção de armamento nuclear, tendo em conta o atual 'stock' de urânio enriquecido a níveis próximos dos necessários para armamento.

Ainda assim, o líder supremo do Irão, "ayatollah" Ali Khamenei, considerou positiva a primeira ronda de negociações, embora tenha adotado um tom cauteloso nas declarações feitas já hoje.

O enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que representou Washington na ronda anterior, em Omã, sinalizou que a administração Trump poderá estar a usar os termos do acordo nuclear de 2015 -- do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018 -- como base para as novas negociações.

Tal como Khamenei, Witkoff descreveu as conversações do último fim de semana como "positivas, construtivas e encorajadoras".

"Trata-se sobretudo de verificação no programa de enriquecimento, e, a longo prazo, verificação sobre qualquer intenção de militarização. Isso inclui os mísseis, o tipo de mísseis que têm armazenado. E inclui também o detonador de uma bomba. Estamos aqui para ver se conseguimos resolver esta situação de forma diplomática e através do diálogo", acrescentou.

Já hoje, Witkoff escreveu na rede social X (antigo Twitter) que "um acordo com o Irão só será concluído se for um acordo de Trump".

"O Irão deve parar e eliminar o programa de enriquecimento e armamento nuclear. É imperativo, para o mundo, que criemos um acordo justo, firme e duradouro e foi isso que o Presidente Trump me encarregou de fazer", indicou.

O USS Vinson, com base em San Diego, na Califórnia, juntou-se ao USS Truman como segundo porta-aviões dos Estados Unidos no Médio Oriente, estando a operar a nordeste de Socotora, ilha iemenita próxima do estreito de Bab al-Mandeb. 

O USS Vinson está acompanhado pelo cruzador com mísseis guiados USS Princeton (classe Ticonderoga) e pelos contratropedeiros USS Sterett e USS William P. Lawrence (ambos da classe Arleigh Burke).

O porta-aviões está na região para apoiar o USS Harry S. Truman, que tem conduzido ataques aéreos contra os Huthis desde o início da campanha norte-americana, a 15 de março. 

Imagens divulgadas pela Marinha mostram o USS Vinson a preparar armamento e a lançar caças F-35 e F/A-18 nos últimos dias. A 5.ª Esquadra da Marinha dos Estados Unidos, com sede no Bahrein e responsável pelas operações no Médio Oriente, recusou avançar pormenores das operações do USS Vinson. 

No entanto, poucas horas após o relatório da AP, o Comando Central dos Estados Unidos publicou vídeos dos dois porta-aviões na rede social X, afirmando que têm conduzido ataques "24 horas por dia, sete dias por semana" contra os Huthis.

Leia Também: Enviado especial aos EUA apelidou Trump de racista e homofóbico em 2020

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