Todas as pessoas pensavam que Martin Pistorius se tinha tornado num ‘vegetal’. Depois de 12 anos de vida completamente saudável, Martin sucumbiu ao silêncio de um como inexplicado. Sofria da síndrome do encarceramento, uma condição que, quando voltou ao mundo, o tinha deixado completamente paralisado e incapaz de comunicar com o mundo exterior, conta o Washington Post.
Esta condição, explica a publicação norte-americana, pode ser causada por um ataque cardíaco ou uma overdose de medicação, não tem cura, e deixa os doentes numa espécie de coma virtual, sendo o diagnóstico da condição difícil de fazer.
“Estava completamente sem resposta. Estava num coma virtual e os médicos eram incapazes de diagnosticar o que o causava”, explica Pistorius, acrescentando que foi tratado para várias doenças, inclusivamente tuberculose e meningite, testando vários medicamentos, sem efeito prático.
Anos depois, quando já tinha entre 16 e 19 anos, voltou a sua plena consciência. Porém, permanecia encarcerado num corpo incapaz de traduzir aquilo que sentia e passava, deixando-o completamente isolado consigo mesmo, ao ponto que já começava a perder a esperança.
“É um sentimento frio, sinistro, frustrante e assustador, que parece percorrer cada célula do nosso corpo. Era como se eu fosse um fantasma a presenciar a minha própria vida a desenrolar-se à minha frente, sem ninguém saber que eu ali estava”, conta o Washington Post, citando Martin.
Mas este homem continuava com a sua família, a assistir às notícias, às mortes de figuras importantes, como a princesa Diana, ou ao 11 de setembro.
A sua recuperação começou num centro de tratamentos especiais. Pistorius tinha decido que estava cansado de viver aquelas emoções e começou a esforçar por reganhar a sua própria consciência e vida.
Aos 26 anos, anos depois de ter entrado em coma, Martin surpreendia a sua família, comunicando com eles através do auxílio de um computador. Pouco tempo depois conseguiria o seu primeiro emprego, uma vez que tinha voltado a conseguir comunicar.
Agora, depois de um calvário longo demais, Martin voltou a estudar, tem a sua própria empresa, no segmento da internet e, recentemente, escreveu mesmo um livro contando a sua história.
Porém, o facto mais impressionante é que este homem, que dificilmente poderia ter experimentado algo mais que raiva contra a sua condição, apaixonou-se, encontrou o amor e casou-se e hoje, diz ao mundo, que está “contente com aquilo que é”.
Veja algumas das imagens de Martin, partilhadas pelo Washington Post.