"O Parlamento alemão deu hoje à Europa um voto de confiança", afirmou o primeiro-ministro helénico, numa entrevista ao canal de televisão Euronews.
"A Europa reconheceu agora que a Grécia virou uma nova página (...) Vamos começar a trabalhar arduamente, de forma a mudar a Grécia, numa Europa em mudança", disse Tsipras, líder do partido de esquerda radical Syriza, força política que sempre defendeu o fim da austeridade e que conquistou as eleições legislativas gregas de 25 de janeiro.
"Chegou o momento de aplicar as reformas que o país precisa e que nenhum governo tentou fazer", destacou Tsipras, referindo ainda que o "governo de salvação nacional" que lidera vai agora começar "um esforço incansável para recuperar a justiça social e fiscal e, ao mesmo tempo, para aumentar as receitas públicas".
A câmara baixa do Parlamento alemão aprovou hoje por ampla maioria a extensão do programa de assistência financeira à Grécia por quatro meses.
Dos 587 deputados presentes, 542 votaram a favor do prolongamento do programa até 30 de junho, 32 votaram contra e 13 abstiveram-se.
No debate que antecedeu a votação, as principais críticas à extensão do programa foram feitas pelo setor "rebelde" da União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel e pela União Social-Cristã da Baviera (CSU).
A sessão foi aberta com a intervenção do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que defendeu o prolongamento com o argumento de que o governo grego se comprometeu a cumprir os termos do acordo, embora admitindo que apoiar a extensão não foi "uma decisão fácil".
Ainda em declarações ao canal Euronews, Tsipras disse que o voto alemão provou que "a Europa pode avançar, quando há vontade política, pode superar os impasses e procurar vias alternativas para as políticas de crescimento e dar prioridade ao futuro dos povos europeus".