"Foi com profunda consternação que constatámos que, de entre as 11 (onze) vítimas do ato tresloucado de um jovem militar, ocorrido no início desta semana, no Destacamento Militar que protegia o Centro de Comunicações de Monte Tchota, na ilha de Santiago, constam dois cidadãos espanhóis [...] que trabalhavam na manutenção dos equipamentos do referido Centro", escreveu Jorge Carlos Fonseca.
"Chocado com a perda inglória de tantas e de tão jovens vidas humanas e lamentando o facto de duas delas serem de trabalhadores espanhóis que prestavam assistência técnica a uma empresa nacional, venho, em nome do povo cabo-verdiano e em meu nome próprio, apresentar as minhas mais sinceras condolências pela morte desses cidadãos", acrescentou o Presidente.
Na mensagem, Jorge Carlos Fonseca pediu ainda a Filipe VI que transmita ao "povo espanhol e aos familiares das vítimas o sentimento de profundo pesar pela perda sofrida".
Os corpos de 11 pessoas - oito militares e três civis, incluindo dois espanhóis - foram descobertos na terça-feira nas instalações do centro retransmissor de Monte Txota, no concelho de São Domingos, interior da ilha de Santiago.
O suspeito das mortes é um militar do destacamento, que desapareceu do local à seguir às mortes e foi detido hoje num bairro da cidade da Praia
A identificação do suspeito foi já confirmada pelas autoridades como sendo Manuel António Silva Ribeiro, de 22 anos, militar há cerca de um ano.
Os corpos das 11 vítimas foram descobertos durante a manhã de terça-feira, mas o ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, disse hoje que "se presume" que as mortes terão ocorrido entre as 09:30 e as 10:00 de segunda-feira.