"Para a França, a Rússia não é um adversário, não é uma ameaça. A Rússia é um parceiro que, por vezes, e nós vimos na Ucrânia, usa a força, o que nós condenámos aquando da anexação da Crimeia", afirmou o responsável à chegada da cimeira de líderes da NATO, a decorrer em Varsóvia.
O ministro português da Defesa, José Azeredo Lopes, considerou que "a leste, e mais concretamente a partir da federação russa, existe uma ameaça que resulta dos acontecimentos de 2014 (anexação da Crimeia pela Rússia".
O governante reafirmou que Portugal defende "firmeza no flanco leste, mas essa firmeza não deve confundir-se com um processo de escalada".
Azeredo Lopes considerou que seria trágico na NATO "desenvolverem --se mecanismos de regionalização da Defesa", recordando que Portugal tem sido coerente e por isso envolveu aviação e 120 militares numa operação na Lituânia.
Já hoje, o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou a deslocação de mil soldados dos Estados Unidos e a instalação de um quartel de brigada autónomo na Polónia, no âmbito do projeto da NATO, que inclui a instalação de três outros batalhões para os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) face ao que é definido como uma Rússia mais agressiva.
Na sequência da dissolução do Pacto de Varsóvia, em julho de 1991, a NATO comprometeu-se em não estabelecer bases militares permanentes na antiga esfera de influência soviética na Europa de leste.
A criação dos quatro batalhões é dos principais anúncios da cimeira da NATO que decorre entre hoje e sábado, face às interrogações suscitadas pelas ambições russas após a crise ucraniana.
A França, Alemanha e Itália têm pressionado a aliança para manter abertas as linhas de comunicação com Moscovo para evitar um impasse ao estilo da Guerra Fria.