Partidos malianos acusam junta militar no poder de os querer dissolver

Cerca de uma centena de partidos do Mali declararam hoje suspeitar que a junta militar no poder pretende dissolvê-los ou suspendê-los "como no Burkina Faso e no Níger", países vizinhos também governados por regimes castrenses.

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© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
15/04/2025 19:33 ‧ há 5 horas por Lusa

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Mali

Aquele grupo de partidos pretende igualmente o adiamento das consultas previstas pela junta para adotar uma Carta dos Partidos, uma das recomendações da Conferência Nacional sobre a Refundação, organizada pelos militares em dezembro de 2022 para "construir uma saída para a crise" no Mali.

 

O país do Sahel, governado por militares desde um duplo golpe de Estado em 2020 e 2021, enfrenta uma grave crise de segurança desde 2012, alimentada pela violência de grupos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico e de grupos criminosos.

Os militares renegaram o seu compromisso de entregar o poder aos civis no final de março de 2024 e adiaram as eleições presidenciais para uma data ainda desconhecida.

Num comunicado de imprensa, o coletivo de partidos considera haver "rumores de que o processo em curso [sobre a Carta dos Partidos] deverá resultar na dissolução, ou pelo menos na suspensão, das atividades dos partidos políticos, como acaba de acontecer no Burkina Faso e no Níger".

O coletivo declarou ter "solicitado o adiamento das consultas anunciadas" sobre o documento e critica a junta militar por alargar as discussões sobre este documento a outros atores, em vez de o aplicar como recomendado, consideram, pelas reuniões de 2022.

"Porque é que o Governo ainda quer consultar as forças ativas sobre um assunto sobre o qual elas se pronunciaram claramente" em dezembro de 2022, questionam no comunicado.

A carta regula pontos como o número de partidos, "impondo condições para a sua criação", e o papel do líder da oposição.

As atividades dos partidos e associações políticas no Mali foram suspensas de abril a julho de 2024.

A junta militar acusou-os de "discussões estéreis" e de "subversão", invocando o perigo que representavam para um diálogo nacional em curso sobre o futuro político do Mali.

Este conclave, boicotado pelos principais partidos, resultou, em maio de 2024, em "recomendações" que preconizavam a permanência dos militares no poder por "mais dois a cinco anos", bem como a candidatura do atual chefe da junta a uma futura eleição presidencial.

Leia Também: ONU apela à libertação de três ativistas torturados no Mali

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