O acordo foi firmado pelas primeiras-damas de ambos os países africanos, que se demonstraram "profundamente preocupadas com a magnitude do fenómeno" do trabalho infantil nas plantações de cacau, citadas pela agência noticiosa AFP.
"Condenamos firmemente aqueles que se dedicam ao tráfico de crianças, aproveitando-se da vulnerabilidade social e económica das famílias e crianças a fim de explorá-los pelo uso da força, rapto, fraude ou engano", sustentaram as primeiras-damas da Costa do Marfim e do Gana numa cerimónia em Abidjan, capital do primeiro país.
O número de crianças que trabalham em plantações de cacau aumentou cerca de 30% na Costa do Marfim, o maior produtor mundial, apesar dos esforços de agências da ONU, com especialistas a admitirem um "fracasso de programas de desenvolvimento rural", soube-se em agosto.
"O trabalho agrícola infantil é uma consequência do fracasso do desenvolvimento rural. As famílias pobres dependem normalmente do trabalho realizado pelas crianças para poderem satisfazer as suas necessidades básicas", justificaram por escrito à agência Lusa, na altura, Ariane Genthon e Bernd Seiffert, especialistas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura (FAO).
As consequências deste problema são claras para os dois especialistas: "Sem educação, estes rapazes e raparigas vão, muito provavelmente, continuar a ser pobres".