Human Rights Watch fala em "legado obscuro" de Fidel Castro

A organização Human Rights Watch alertou hoje que a repressão dos dissidentes que caracterizou a presidência de Fidel Castro, reforçada por grupos militares e simpatizantes do regime, é um "legado obscuro" que prossegue em Cuba após a sua morte.

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© Reuters

Lusa
26/11/2016 20:58 ‧ 26/11/2016 por Lusa

Mundo

Óbito

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, sediada em Nova Iorque, recordou que enquanto outros países se afastavam dos modelos totalitários, Fidel Castro, que morreu hoje de madrugada em Havana, aos 90 anos, continuava a reprimir todos os direitos civis e políticos da população.

"Todas as regras draconianas de Castro e as duras punições infligidas aos dissidentes mantiveram o seu sistema repressivo firmemente arreigado durante décadas", disse em comunicado o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco.

Vivanco recordou que durante os 47 anos de Fidel no poder, milhares de pessoas foram encarceradas em prisões desumanas, milhares foram perseguidos e intimidados, e foram negadas a gerações completas as liberdades políticas básicas.

A organização reconhece que em Cuba houve progressos em áreas económicas, sociais e culturais, mas considera que foram ensombrados porque "muitas dessas táticas abusivas desenvolvidas durante o seu período no poder, incluindo vigilância, golpes, detenções arbitrárias e atos públicos de repúdio, ainda são usadas pelo Governo cubano".

Segundo o responsável da HRW, após o anúncio de 2014 do reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, não se registaram mudanças na repressão exercida sobre indivíduos e grupos que lutam pelos direitos humanos na ilha caribenha.

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