Gunung Kemukus é uma montanha em Java, a principal ilha da Indonésia, que a cada 35 dias recebe muçulmanos de todo o país para participarem num ritual, no mínimo, constrangedor.
A prática, à qual a BBC faz referência numa reportagem, envolve adultério em troca de boa sorte. Assim que a noite cai na montanha - considerada mágica ou a 'montanha do sexo' -, os peregrinos acendem velas e sentam-se nas enormes raízes de figueiras.
Acredita-se que naquele local estão guardados os restos mortais de um lendário príncipe, juntamente com a amante. Reza a lenda que o jovem príncipe Pangeran Samodro fugiu com a rainha Nyai Ontrowulan, que era sua madastra e amante. Os dois ter-se-ão escondido na dita montanha, até ao dia em que foram apanhados a ter relações sexuais. Foram assassinados e enterrados no cume da montanha Gunung Kemukus.
Ora, os peregrinos acreditam que se cometerem adultério naquele local serão "abençoados com boa sorte", explica Seoparno, psicólogo social que estudou o ritual durante 30 anos.
Conta a BBC que o ritual se inicia com orações e oferendas de flores ao túmulo de Pangeran Samodro e Nyai Ontrowulan. A dada altura, os peregrinos devem tomar banho nos riachos que por ali existem, antes de fazerem sexo com uma pessoa desconhecida. A relação sexual tem que ser feita com alguém que não seja nem esposa nem esposo e tem que acontecer ao longo de 35 dias, sete vezes consecutivas. Se por alguma razão, não for possível concluir as sete vezes, começa tudo de novo, elucida Seoparno.
As noites mais concorridas do ritual podem ter até oito mil peregrinos e, na realidade, trata-se de um ritual que já é encarado como um negócio valioso, tendo os locais começado a cobrar por cada veículo que entra na área e o governo local a cobrar taxas tanto a peregrinos como aos proprietários de restaurantes e quartos.