Um polícia foi assassinado e dois ficaram gravemente feridos, esta quinta-feira, num ataque levado a cabo no coração de Paris, na Avenida Campos Elísios, onde um homem disparou com uma kalashnikov (AK-47), pelas 21h00 (menos uma hora em Lisboa), contra um carro da polícia. O atirador foi abatido pelos agentes de autoridade.
O porta-voz do Ministério do Interior, Pierre Henry Brandet, descreveu mais tarde que o suspeito saiu do carro, da marca Audi, armado com uma AK-47, e começou a disparar contra um carro da polícia estacionado numa área próxima da estação de metro Franklin Roosevelt, no centro da artéria francesa.
Há relatos de que o fogo cruzado atingiu também um turista, ferindo-o sem gravidade, num joelho, embora essa informação ainda não tenha sido confirmada pelas autoridades.
As autoridades francesas identificaram prontamente o autor do ataque abatido, indicando que já estava sinalizado pelo gabinete anti-terrorismo. A polícia indicou, ainda, que está a ser procurado um segundo homem, também de nacionalidade belga, não se sabendo se está diretamente ligado ao atentado.
Entretanto, já esta manhã, um homem entregou-se numa esquadra belga. Num primeiro momento, pensou-se que poderia estar relacionado com o ataque, no entanto, as autoridades viriam a desmentir essa informação. Concomitantemente, em Paris foram detidos três familiares do suspeito que foi morto ontem.
O Daesh reivindicou o atentado na mesma noite, através da agência de propaganda AMAQ, dizendo o nome do suspeito ainda antes de ser divulgado pela polícia. “O autor dos ataques dos Campos Elísios, no centro de Paris, é Abu Yussef, o Belga, e era um combatente do Estado Islâmico”, escreveu o órgão.
Um atentado no limiar de umas eleições marcadas pela tensão
Este ataque toma outros contornos tomando em consideração não só a atmosfera política em França neste momento – com o tema do terrorismo no centro nevrálgico das discussões - como também o facto de se realizar no próximo domingo, dia 23, a primeira volta das tensas presidenciais francesas.
François Hollande, o chefe de Estado, anunciou que toda a sua agenda para hoje, sexta-feira, seria cancelada, levando a cabo na primeiras horas da manhã uma reunião de emergência do conselho de defesa e segurança nacional, no Eliseu.
Tanto a dirigente da extrema-direita Marine Le Pen, como o conservador François Fillon, cancelaram, de igual forma, as suas ações previstas para hoje, dia que marcaria o último da campanha antes da primeira volta.