Macron pede união dos patriotas contra ameaça dos nacionalistas
O candidato independente às presidenciais francesas Emmanuel Macron apelou hoje à união dos "patriotas contra a ameaça dos nacionalistas" na segunda volta das eleições, às quais prometeu levar "otimismo e esperança" na França e na Europa.
© Reuters
Mundo Discurso
Num discurso de vitória na primeira volta das presidenciais, que, segundo as projeções, Macron disputará com a candidata da extrema direita Marine Le Pen, o candidato independente prometeu que irá trabalhar, até à segunda volta, para reunir "o mais possível" os franceses em torno da sua campanha.
"Na segunda volta levarei a exigência do otimismo e a esperança no nosso país e na Europa", disse Macron, perante uma multidão que o foi interrompendo com aplausos e gritos de "Macron Presidente".
Macron disse ainda querer ser "o Presidente dos patriotas face à ameaça dos nacionalistas", numa referência à candidata nacionalista de extrema direita Marine Le Pen.
O candidato começou o seu discurso por lembrar que a França atravessa "um momento único", em que enfrenta o terrorismo, desafios económicos, sociais e ecológicos, mas defendeu que o país respondeu "da melhor forma": "votando de forma massiva, decidiu pôr-me à frente na primeira volta deste escrutínio.
Reconhecendo "a honra e enorme responsabilidade" de ter sido o mais votado nesta primeira volta das presidenciais, contra as sondagens que o colocavam em segundo lugar, atrás de Le Pen, Macron saudou os restantes candidatos e agradeceu a todos os que participaram na sua campanha.
"Num ano, nós mudámos o rosto da vida política francesa", afirmou o candidato, de 39 anos.
Após ter subido ao palco acompanhado da mulher, Brigitte, a quem dedicou algumas palavras de agradecimento, Macron disse querer ir mais longe e "reunir todos os franceses".
"Tenho de reunir ainda mais consensos e reconciliar a nossa França para ganhar as eleições e amanhã presidir ao nosso país", afirmou.
Macron falou ainda de "mudança", disse ter ouvido as aspirações dos franceses "por uma verdadeira alternativa" e sublinhou que para isso precisa do voto e da confiança dos eleitores.
"Nos próximos 15 dias procurarei que juntos possamos reunir-nos o mais possível em torno da minha candidatura. A força desta união será determinante", afirmou, prometendo "construir um governo de transformação", com "novos rostos e novos talentos".
De acordo com as primeiras projeções eleitorais, Emmanuel Macron (centro) e Marine Le Pen (extrema-direita) serão os dois candidatos a disputar a segunda volta das eleições francesas, a 07 de maio.
Em terceiro lugar, ambos com 19,5% dos votos, surgem Jean-Luc Mélenchon (esquerda) e o conservador François Fillon.
O socialista Benoît Hamon aparece em quinto lugar com um resultado de entre 6 a 7% dos votos, sendo o derrotado da noite nas eleições francesas.
Cerca de 47 milhões de eleitores foram chamados hoje às urnas para eleger o sucessor de François Hollande perante 11 candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melénchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle.
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