Cirurgião fazia mastectomias desnecessárias por "ganância"

Justiça considerou Ian Paterson culpado de ter sujeitado pacientes a cirurgias desnecessárias para, com isso, aumentar os seus ganhos.

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© Reprodução Mirror/Nottingham Post

Notícias Ao Minuto
28/04/2017 20:34 ‧ 28/04/2017 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Reino Unido

No mês passado, o Notícias ao Minuto já havia contado a história de um paciente que tinha sido submetido a uma mastectomia sem que esta fosse necessária, tratando-se o caso de um erro médico cometido de forma intencional.

John Ingram, de 53 anos, foi submetido a duas operações ao peito após ter ficado em pânico com o diagnóstico que lhe tinha sido apresentado pelo médico: cancro. Além de ter sido submetido a operações, algo a que o paciente tinha fobia, Ingram acusou o cirurgião Ian Paterson de ter recorrido às cirurgias desnecessariamente.

Desde a denúncia de Ingram, muitos outros casos se descobriram. A Ingram, o único homem vítima desta prática, juntaram-se cerca de outros 20 casos, todos eles com um factor comum: cirurgias feitas pelo mesmo especialista em situações em que não havia essa necessidade.

Ora, conforme noticia hoje a Sky News, o cirurgião especialista em cancro da mama foi efetivamente considerado culpado, pelo Tribunal de Nottingham, de ofensas corporais nos 20 casos de que era acusado, sendo que o número de vítimas dos 'bisturis' deste médico poderá, na realidade, ser de centenas.

O tribunal considerou que Ian Paterson realizou "extensas operações sem razões médicas que as justificassem, exagerando na gravidade dos problemas, possivelmente para aumentar os seus ganhos".

Segundo nota a mesma Sky News, o NHS [Serviço Nacional de Saúde britânico] já teve de pagar 21 milhões de euros por danos causados, uma vez que o especialista realizou mais de quatro mil cirurgias para o serviço público, além de ter também trabalhado no setor privado.

"Como resultado da sua ganância e arrogância, muitos pacientes sofreram psicologicamente, acreditando que precisavam de uma operação devido ao risco de terem cancro da mama. Peterson era um 'bully' controlador, que fez de Deus com a vida das pessoas, para poder levar uma vida luxuosa", disse Mark Payne, da polícia de West Midlands.

Paterson, que fora suspenso em 2012, tem uma moradia de luxo em Birmingham, várias propriedades em Cardiff e Manchester e ainda uma casa de férias nos Estados Unidos, de acordo com a polícia. A sentença vai ser lida em maio, sendo que o mais provável é que Peterson seja condenado a prisão perpétua.

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