Juiz brasileiro autoriza Temer a prestar depoimento por escrito

O juiz brasileiro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou hoje a polícia brasileira a recolher um depoimento do Presidente Michel Temer no caso de corrupção envolvendo informações fornecidas pela empresa JBS.

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Lusa
30/05/2017 22:59 ‧ 30/05/2017 por Lusa

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De acordo com a decisão, o chefe de Estado, que é investigado por ter alegadamente cometido crimes de corrupção, deverá depor por escrito e terá 24 horas para responder às questões da polícia após receber as perguntas.

O juiz também determinou o envio imediato do inquérito sobre Michel Temer à polícia para conclusão das investigações, facto que deve acontecer no prazo de dez dias.

A investigação que envolve o chefe de Estado brasileiro e o deputado destituido Rodrigo Rocha Loures, filmado pela polícia a receber uma mala com 500 mil reais (137 mil euros) entregue por um dos proprietários da JBS, foi separada de uma outra denúncia contra o senador demitido Aécio Neves.

A suspeitas de corrupção investigadas pela operação judicial Lava Jato estenderam-se no dia 18 de maio ao Presidente brasileiro, Michel Temer, com a abertura de um inquérito no STF.

Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e Temer, sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente do Congresso (parlamento) e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

Nessa conversa, segundo a Procuradoria-Geral da República do país, o Presidente terá recomendado ao empresário "manter" o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.

Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-Presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido atingidos pela operação judicial, por suspeitas de corrupção e de receberem pagamentos ilegais.

A degradação da situação política no país tem levado muitos dirigentes a exigirem eleições presidenciais (diretas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-Presidente que o substitua no caso de abertura de um 'impeachment', um processo de afastamento judicial do cargo.

Após a divulgação do áudio, Michel Temer recusou, em mais do que uma declaração ao país, apresentar a demissão e já pediu a suspensão da investigação até que seja verificada a autenticidade da gravação.

 

 

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