Turquia quer que Israel retire detetores de metais de perto das mesquitas

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou hoje a Israel para retirar os detetores de metais nos acessos à esplanada das Mesquitas em Jerusalém, no centro de crescentes tensões israelo-palestinianas, referiram os 'media' turcos.

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© Reuters

Lusa
20/07/2017 19:45 ‧ 20/07/2017 por Lusa

Mundo

Tayyip Erdogan

"Atendendo à importância de que se reveste Al-Haram al-Charif (a esplanada das Mesquitas) para todo o mundo islâmico, os detetores de metais instalados por Israel devem ser retirados no mais breve prazo possível", declarou Erdogan durante uma conversa telefónica com o seu homólogo israelita Reuven Rivlin, reportou a agência pró-governamental turca Anadolu.

Os detetores de metais foram instalados após a morte, na sexta-feira passada, de dois polícias israelitas durante um ataque armado à entrada da esplanada por três árabes israelitas, que foram de seguida abatidos.

Segundo um comunicado da Presidência israelita, Rivlin "recordou ao Presidente Erdogan que na sequência dos ataques terroristas na Turquia, o Estado de Israel apressou-se a condenar esses atos criminosos. Israel aguarda da Turquia uma condenação do mesmo género".

A Anadolu afirmou por sua vez que Erdogan expressou "a sua tristeza perante os incidentes ocorridos em 14 de julho e as perdas em vidas humanas que causaram".

Em protesto contra a instalação dos detetores de metais, os fiéis muçulmanos rezam desde domingo no exterior da esplanada, após um apelo das autoridades religiosas palestinianas.

Com a aproximação das orações de sexta-feira, que reúnem geralmente entre 20.000 e 30.000 fiéis, os 'media' israelitas referiram hoje que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu poderia ordenar a retirada dos detetores de metais para evitar tumultos.

No entanto, o exército israelita prosseguia os preparativos para possíveis confrontos com manifestantes palestinianos na sexta-feira, à margem da grande oração, e após as novas medidas de segurança israelitas no local sagrado do Islão.

A hierarquia militar judaica anunciou que cinco batalhões suplementares foram colocados em estado de alerta na Cisjordânia ocupada. A decisão de mantê-los mobilizados durante todo o fim de semana será tomada posteriormente, precisou à agência noticiosa France-Presse (AFP) um porta-voz militar.

A Casa Branca declarou-se "muito inquieta" pelas tensões em torno da esplanada das Mesquitas e apelou a Israel e à Jordânia -- responsável pela gestão do Monte do Templo onde se encontra a mesquita -- para encontrarem uma solução conjunta.

O enviado da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, também apelou às "vozes moderadas" que se exprimam contra os que alimentam as tensões".

O presidente da Autoridade palestiniana, Mahmoud Abbas, também manteve hoje uma conversa telefónica com o chefe de Estado turco sobre esta questão.

Na Faixa de Gaza, os islamitas do Hamas, no poder, anunciaram para sexta-feira um "dia de cólera", enquanto do lado israelita os membros da maioria parlamentar continuavam a pressionar Netanyahu para "permanecer firme".

 

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