Manifestações anti-turismo espalham-se por várias cidades europeias
No último mês, pela Europa, registaram-se várias manifestações, em alguns casos com violência, contra o turismo. Os protestos têm alastrado a diversas cidades europeias, nomeadamente em Espanha, e vários governos europeus têm tomado algumas medidas para tentar limitar a enorme vaga turística.
© Reuters
Mundo Protestos
Várias cidades europeias estão na moda e são destinos turísticos de eleição. Para além de cidades portuguesas como Porto ou Lisboa, Barcelona, Veneza ou Dubrovnik são alguns exemplos de locais em que a procura turística tem disparado nos últimos tempos. No entanto, em muitas destas cidades têm soado os alarmes devido a uma vaga de protestos anti-turismo.
O fenómeno ainda não chegou a Portugal, contudo, Espanha, Itália ou Croácia são alguns dos países em que se têm verificado várias manifestações contra a presença de turistas, em alguns casos com o uso de violência.
Em Barcelona, várias bicicletas de turistas foram destruídas por manifestantes e um autocarro turístico foi atacado, tendo sido pintada a dianteira da viatura com slogans anti-turismo.
As agências de viagens espanholas demonstraram de imediato a sua preocupação, temendo a “turismofobia”. Já o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, acusou os atacantes de “prejudicarem a imagem de Espanha”, país que só no último ano teve a visita de mais de 75 milhões de turistas.
Mas os protestos não se ficaram por Barcelona. Poucos dias depois destes ataques, houve manifestações contra a enorme vaga de turismo em Maiorca e em San Sebastián. Para dia 17 de agosto, está marcada uma marcha anti-turismo nesta cidade basca, o que irá coincidir com a Semana Grande, um dos maiores festivais da cultura basca.
As manifestações alastraram a outras cidades europeias, e em Veneza, Itália, mais de dois mil residentes manifestaram, no mês passado, o seu desagrado. Esta cidade, com cerca de 55 mil habitantes, recebe mais de 20 milhões de visitantes por ano.
Perante o crescimento do turismo e com o descontentamento de alguns setores da população, vários governos têm tomado medidas no sentido de limitar o turismo.
Segundo o The Guardian, Barcelona duplicou o número de inspetores que fiscalizam as propriedades da cidade, com o objetivo de limitar o número de arrendamentos, através de Airbnb, cujas casas, muitas vezes, não têm licença. Roma, por seu lado, proibiu os turistas de comerem junto aos monumentos da cidade, bem como de beber na rua durante a noite. Já Dubrovnik, na Croácia, decidiu colocar câmaras para monitorizar o número de visitantes em locais património da UNESCO, de forma a controlar o fluxo de visitas.
Em declarações ao mesmo jornal britânico, Taleb Rifai, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, considera que é fundamental o envolvimento de todos, governos, empresas, comunidades e turistas, para que o turismo seja uma “experiência enriquecedora”.
“Assegurar que o turismo é uma experiência enriquecedora para os visitantes e anfitriões exige políticas e práticas de turismos fortes e sustentáveis, bem como o envolvimentos dos governos e administrações locais, das empresas do setor privado, das comunidades locais e dos próprios turistas”, reiterou.
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