Eddie Calvo, governador da ilha de Guam, no Pacífico, com estatuto de território integrado nos Estados Unidos, disse hoje à AFP que o presidente norte-americano Donald Trump tem adotado uma "posição de firmeza" em relação à Coreia do Norte.
Trata-se da primeira vez que o governador de Guam se refere diretamente ao presidente Donald Trump.
Em julho, o regime de Pyongyang ameaçou disparar quatro mísseis contra as águas territoriais de Guam durante o mês de agosto.
"Qualquer pessoa que tenha frequentado uma escola primária compreende que estamos perante um pequeno 'brutamontes'", disse o governador quando foi questionado sobre o presidente da Coreia do Norte.
"Kim Jong-Un é um pequeno 'brutamontes' que tem armas demasiado potentes (...) um pequeno 'brutamontes' que temos de confrontar com muita firmeza", acrescentou Eddie Calvo.
O governador, membro do Partido Republicano, sublinha que as críticas que têm sido feitas contra Donald Trump, na gestão da crise", são "injustas", frisando que, desde 2013, que Pyongyang tem ameaçado a ilha de Guam.
Para Eddie Calvo, o ex-presidente Barack Obama também usou "linguagem marcial" para lidar com a Coreia do Norte.
Em 2016, Obama disse que os Estados Unidos têm um arsenal capaz de "destruir" a Coreia do Norte.
"Um presidente [Barack Obama] disse as coisas de uma certa forma; de uma maneira calma. O outro [Donald Trump] falou de 'fogo e cólera', mas a mensagem é a mesma", disse Calvo.
Especialistas de defesa ocidentais estimam que os mísseis de médio e longo alcance Hwasong-12 da Coreia do Norte possam atingir Guam "em 14 ou 15 minutos".
Na ilha do Pacífico Ocidental, situada a 3.400 quilómetros a sudeste da Coreia do Norte, vivem 163 mil habitantes, além dos seis militares norte-americanos concentrados em três importantes bases navais e áreas.