Órgãos de prisioneiros condenados à morte eram colhidos sem autorização

Na atualidade, o paradigma mudou e foi criada uma plataforma onde doadores voluntários se podem inscrever.

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Notícias Ao Minuto
15/09/2017 23:17 ‧ 15/09/2017 por Notícias Ao Minuto

Mundo

China

O sistema de transplante de órgãos da China já fez correr muita tinta na imprensa nacional e internacional. Habitualmente,  médicos procediam à colheita de órgãos de prisioneiros condenados à morte por tribunais criminais e transplantava-nos em pacientes que pagavam para terem o órgão.

Depois de vários anos de negação, a China reconhece a veracidade da história e declarou que essa prática já não acontece. Huang Jiefu é o responsável por esse ‘feito’. Como avança o Washington Post, deve-se à sua perseverança e ao apoio de um cirurgião americano a mudança de ideologia subjacente ao sistema de transplantes chinês.

Huang Jiefu criou um registo de doadores voluntários e estes podem inscrever-se através de um link ou de uma aplicação disponível no sistema de pagamento on-line Alipay.

“Mais de 230 mil pessoas já o fizeram e já temos uma base de dados informatizada em que doadores já têm potenciais recetores compatíveis. Esta plataforma alerta os médicos por mensagem de texto assim que os órgãos fiquem disponíveis”, afirmou o funcionário ao meio de comunicação.

Recorde-se que a China era considerada a segunda maior indústria de transplantes do mundo após os Estados Unidos, com base num sistema não regulamentado no qual os órgãos eram entregues não aos destinatários mais necessitados, mas aos que tinham maior capacidade financeira.

Acredita-se, inclusive, que vários lucros terão sido gerados à custa desta ‘política’ de atuação. Conforme avança o Washington Post, milhares de órgãos eram colhidos de prisioneiros executados todos os anos ao longo de uma década. Desde 2010, Huang construiu lentamente o registro de doadores voluntários que agora atende às necessidades dos pacientes que necessitam de transplantes.

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