May discorda de Washington por considerar que prejudica o processo de paz

O governo britânico manifestou hoje discordância com o anúncio do Presidente norte-americano de transferir a embaixada para Jerusalém e reconhecer a cidade como capital israelita por considerar que "não é útil em termos de perspetivas de paz na região".

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Lusa
06/12/2017 21:24 ‧ 06/12/2017 por Lusa

Mundo

Jerusalém

Reiterando a intenção de manter a embaixada do Reino Unido em Israel em Telavive, a primeira-ministra, Theresa May disse que Londres mantém a posição política de que o estatuto "deve ser determinado num acordo negociado entre israelitas e palestinianos e que, em última análise, Jerusalém deve ser a capital partilhada dos Estados israelita e palestiniano".

A chefe do governo britânico acrescentou que o Reino Unido respeita as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU, que consideram Jerusalém-leste como parte dos Territórios Palestinianos Ocupados.

 "Nós partilhamos o desejo do Presidente Trump de colocar fim a este conflito. Congratulamo-nos com o compromisso de hoje com uma solução de dois Estados negociada entre as partes e tomamos nota da importância do reconhecimento claro de que o estatuto final de Jerusalém, incluindo as fronteiras no interior da cidade, deve estar sujeito a negociações entre israelitas e palestinianos", referiu May.

A primeira-ministra britânica exortou a administração norte-americana a apresentar "propostas detalhadas para um acordo israelo-palestiniano", pedindo ao mesmo tempo calma às partes para que o processo de paz tenha mais hipóteses de sucesso.

O Presidente Donald Trump anunciou hoje que os EUA passam a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e anunciou que vai dar ordens ao Departamento de Estado para mudar a embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém.

No seu discurso, o Presidente dos EUA disse que continua a defender uma solução de "dois Estados" naquela região - Palestina e Israel - e disse que "tudo fará para promover uma solução pacífica".

Trump apelou à "calma" e à "tolerância" na sequência do seu anúncio, e indicou que o seu vice-presidente, Mike Pence, se vai deslocar ao Médio Oriente "nos próximos dias".

Os Estados Unidos tornam-se assim no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Israel considera a Cidade Santa a sua capital "eterna e reunificada", mas os palestinianos defendem, pelo contrário, que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

 

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