Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e por lavagem de dinheiro. Dois dos três juízes do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) votaram pela condenação e ainda pediram o aumento da pena para 12 anos e um mês de prisão.
O juiz relator João Pedro Gebran Neto manteve a condenação de Lula da Silva e pediu para que a pena de prisão do ex-presidente aumentasse para 12 anos e um mês.
Em sentido idêntico, o juiz desembargador, Leandro Paulsen, votou pela condenação de Lula da Silva e decidiu acompanhar o juiz relator, João Pedro Gebran Neto.
Agora, falta o juiz Victor Laus pronunciar-se, pelo que o julgamento prossegue. Apesar de ainda faltar o voto deste juiz, como dois (dos três) já votaram, Lula da Silva tem a condenação como garantida por maioria.
Em primeira instância, recorde-se, o ex-presidente brasileiro tinha sido condenado, em julho de 2017, a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro. O tribunal afirma que Lula da Silva recebeu um apartamento triplex na praia de Guarujá, no estado de São Paulo, como pagamento de um suborno. Terá concessionado três contratos da petrolífera Petrobras à construtora OAS.
No entanto, esse mesmo triplex acabou por ser penhorado, em junho do ano passado, para pagamento de dívidas da construtora, o que revela que a OAS é a proprietária do triplex. Este argumento, contudo, não convenceu os juízes.
Com esta condenação, de acordo com a lei da Ficha Limpa, aprovada, ironicamente, durante o mandato do próprio Lula da Silva, um alegado candidato ficará impossibilitado, durante oito anos, de concorrer às eleições, caso já tenha sido condenado por um órgão com mais de juiz (como é este caso), mesmo com a possibilidade de recurso.
Neste sentido, ao que tudo indica, Lula da Silva não poderá mesmo concorrer as eleições presidenciais de outubro deste ano.
O ex-presidente poderá ainda recorrer aos tribunais superiores, pelo que se mantém a incógnita relativamente ao futuro do Brasil. De acordo com as sondagens, Lula da Silva aparece como o principal favorito a vencer as eleições presidenciais, seguido de perto pelo candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro.