Produtor sírio nomeado para os Óscares impedido de entrar nos EUA

'Last Man in Aleppo' está nomeado para o Óscar de melhor documentário. Kareem Abeed, que vive na Turquia e tem passaporte sírio, viu o seu pedido de entrada nos Estados Unidos, para assistir à cerimónia dos Óscares, ser rejeitado devido ao veto migratório de Donald Trump.

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Pedro Bastos Reis
26/02/2018 12:44 ‧ 26/02/2018 por Pedro Bastos Reis

Mundo

Kareem Abeed

Kareem Abeed, um dos produtores do documentário ‘Last Men in Aleppo’, nomeado para os Óscares de Hollywood na categoria de Melhor Documentário, não poderá marcar presença na cerimónia de entrega dos prémios, marcada para o próximo dia 4 de março, depois de o seu passaporte ter sido rejeitado.

Conta a Variety que Abeed tem passaporte sírio e que vive, atualmente, na Turquia. Para marcar presença nos Óscares, enviou uma carta ao consulado norte-americano em Istambul, mas o pedido foi rejeitado devido às restrições relativamente à entrada de cidadãos oriundos de oito países, incluindo a Síria, uma medida imposta por Donald Trump, e que continua a ser analisada pela justiça norte-americana.

Para além de Kareem Abeed, um dos fundadores dos Capacetes Brancos, Mahmoud Al-Hattar, que participa no filme, não marcará presença na cerimónia. Al-Hattar não tem passaporte sírio atribuído pelas autoridades, uma vez que o governo de Bashar al-Assad considera que os Capacetes Brancos têm ligações a grupos terroristas na Síria.

‘Last Men in Aleppo’ é um documentário que aborda a Guerra na Síria, que já dura há mais de sete anos, focado na ação dos Capacetes Brancos, uma equipa de voluntários procura salvar as vítimasdo conflito e que atua em zonas controladas por opositores do regime, desde forças mais moderadas a grupos jihadistas, como a Frente Al-Nusra, antigo braço sírio da Al-Qaeda.

O documentário concorre com ‘Abacus: Small Enought to Jail’, com ‘Faces Places’, com ‘Icarus’ e com ‘Strong Island’ para o Óscar de melhor documentário.

Depois de ser noticiado que o produtor Kareem Abeed não poderá marcar presença no evento devido às restrições à imigração impostas por Donald Trump – vistas, pelos seus opositores, como uma medida que visa impedir cidadãos de determinados países muçulmanos de entrarem nos EstadosUnidos -, a Academia de Hollywood mostrou-se “solidária” com Abeed.

“Durante 90 anos, os Óscares celebraram os feitos na arte de filmar, que procura transcender fronteiras e falar para todas as audiências do mundo, independentemente de diferenças nacionais, étnicas ou religiosas”, lê-se no comunicado emitido pela Academia, citado pelo The Independent.

“Como apoiantes dos realizadores – e dos direitos humanos do povo – de todo o mundo, estamos solidários com [Feras] Fayyad [diretor do documentário], bem como com o seu produtor [Kareem Abeed], cujo passaporte para entrar nos Estados Unidos para a assistir à entrega dos prémios da Academia, no dia 4 de março, foi rejeitado”.

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