François Molins, procurador de Paris, disse numa conferência de imprensa que uma pessoa próxima de Radouane Lakdim, o autor do ataque terrorista em Carcassonne, está sob custódia por associação criminosa relativamente a uma campanha terrorista".
O procurador insistiu na ideia de que, apesar do atacante estar a ser seguido pelos serviços de segurança franceses em 2016 e 2017, "não houve nenhum sinal de alerta de uma possível passagem a ato terrorista".
François Molins recordou que o homem já era conhecido da justiça francesa, mas por delitos comuns. Em 2011 tinha sido condenado a um mês de pena suspensa por posse de arma. Já em 2015 foi detido por posse de droga e por ter oferecido resistência às autoridades.
A investigação sobre este ataque vai agora tentar "determinar a origem da arma" e se Radouane Lakdim teve ajuda de alguém a preparação para este ato.
O procurador percorreu a cronologia dos acontecimentos. Referiu que por volta das 10h30 locais (menos uma hora em Portugal Continental), o terrorista mandou parar um Opel Corsa branco. Disparou contra o motorista, que o procurador afirma estar "a lutar pela vida", e também sobre o passageiro do carro, que morreu.
Depois dirigiu-se à caserna militar de Laperrine. O seu objetivo seria atacar os militares ali colocados. Mas "mudou de ideias" e dirigiu-se antes ao quartel da polícia francesa de Carcassonne. Quando está a cerca de 200 metros da caserna vê alguns agentes e dispara sobre eles. Um fica ferido.
De seguida vai para a pequena vila de Trèbes. Entra no mercado Super U e dispara vários tiros. "O autor entrou no supermercado e gritou 'Allah Akbar' e que era 'um soldado do Estado Islâmico'. Disse ainda que queria a libertações dos seus 'irmãos'", afirmou François Molins.
Ladkim matou duas pessoas, um cliente e um funcionário do supermercado. Quando começam as negociações com as autoridades, o terrorista aceita que o coronel da polícia, Arnaud Beltrame, substitua um dos reféns.
Às 14h20 locais disparou repetidamente contra o coronel. Foi esta ação do terrorista que motivou a ação das autoridades francesas, que eliminam Radouane Lakdim.
François Molins confirmou ainda aos jornalistas que as famílias das vítimas estão a receber apoio psicológico.