"É um evento inédito em Portugal e na Europa e vai decorrer na sub-região Monção e Melgaço. O que pretendemos dizer é que esta é uma grande região europeia de produção de vinhos brancos que ombreia com outras regiões europeias", afirmou o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro.
O responsável, que falava aos jornalistas no museu do Alvarinho, em Monção, para apresentação do evento, adiantou que a primeira edição da iniciativa "Monção & Melgaço - The White Experience" é orientada para um público mais exigente e conhecedor de vinhos".
"O objetivo é afirmar a sub-região Monção e Melgaço como um centro de excelência de produção de vinhos brancos", frisou Manuel Pinheiro.
O presidente da CVRVV adiantou que o evento vai contar com a presença de "alguns dos melhores produtores europeus de vinho branco".
"Ao juntarmos, nos dois dias deste encontro, os melhores produtores de Monção e Melgaço com os melhores produtores da Europa estaremos a posicionar-nos para a nova estratégia que pretendemos desenvolver, de diversificação. O objetivo é inscrever a sub-região num segmento superior", sustentou Manuel Pinheiro, acrescentando que apesar de ser aberto ao público o encontro é direcionado "a especialistas em vinhos".
Bárbara Roseira, do departamento de marketing da CVRVV, explicou que o evento contará com 36 produtores, oitos deles oriundos da Hungria, Áustria, Alemanha e França.
O evento decorre num espaço a instalar no Parque das Caldas - junto às muralhas e ao Rio Minho - em Monção, que juntamente com o concelho vizinho de Melgaço, onde também decorrerão ações no âmbito deste evento, constituem a sub-região considerada o "berço" da casta Alvarinho.
O encontro, cujo bilhete custará 10 euros, não pretende fazer "concorrência" aos eventos de promoção do Alvarinho organizados pelas Câmaras, mas antes "ser um complemento".
Uma opinião partilhada pelo presidente da Câmara de Monção, António Barbosa, que considerou que o encontro europeu "vem reforçar a afirmação do território no conjunto internacional".
"Este evento pretende colocar-nos em patamares idênticos aos dos vinhos de topo mundial, tanto mais que os especialistas defendem que a casta Alvarinho estará entre as três melhores de brancos do mundo. Também se pretende afirmar este território pelas suas condições únicas", disse o autarca social-democrata.
António Barbosa adiantou que a edição 2018 da feira do Alvarinho vai decorrer entre 29 de junho e 1 de julho, com uma programação que inclui provas, conferências e animação musical.
Adiantou que este ano a "novidade" é o novo espaço do evento, no Parque das Caldas, junto ao rio Minho e na envolvente das muralhas do concelho.
"É um cenário incrível. Monção esteve durante muitos anos de costas voltadas para o rio Minho, essa beleza natural. Queremos mostrar o vinho e o património importantíssimo que é o rio e as muralhas", referiu.
Na edição vão participar 29 produtores de vinho Alvarinho, 20 tasquinhas com produtos tradicionais, fumeiros, queijaria e doçaria e 20 expositores destinados a instituições e artesanato.
De acordo com números da CVRVV, a sub-região de Monção e Melgaço tem uma área total de 45 mil hectares, 1.730 dos quais cultivados com vinha, sendo que a casta Alvarinho ocupa cerca de 1.340 hectares.
A sub-região tem no mercado 253 marcas de verde, produzidas por 2.085 viticultores e 67 engarrafadores.
Por ano, os dois concelhos produzem 10,2 milhões de litros de vinho verde (74% branco, 10% tinto e 3% rosé).
Desde 2015, a produção de Alvarinho foi alargada a outras zonas do país, fora dos dois concelhos do Alto Minho, em resultado de acordo alcançado pelo Grupo de Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo anterior Governo PSD/CDS e liderado pela CVRVV, defensora do alargamento da produção daquele vinho aos 47 municípios que a integram.
O acordo foi aceite pelo município de Monção. Já os produtores de Melgaço, acionistas da empresa "Quintas de Melgaço", cuja maioria do capital é detido pela autarquia, contestam o acordo, considerando que "prejudica" a sub-região.