Cidadãos escrevem carta a Nadal e pedem: "Não mate as nossas memórias"
Grupo de cidadãos apelam a Rafael Nadal que se respeite o património histórico e arquitectónico das lojas históricas do Rossio.
© Global Imagens
País Pastelaria Suiça
Um grupo de cidadãos enviou esta quinta-feira uma carta ao tenista espanhol Rafael Nadal. O assunto? O anunciado encerramento da histórica pastelaria Suíça no final de agosto. O tenista, recorde-se, tem uma participação minoritária na Mabel Capital que, em março, comprou o quarteirão da pastelaria por 62 milhões.
Na carta dirigida ao tenista, da autoria do Fórum de Cidadania Lx, os cidadãos pedem a Nadal para salvar a histórica Pastelaria Suíça, situada no Rossio.
Começando por saudar o espanhol por ter escolhido a capital portuguesa para investir e desejando-lhe as boas-vindas, o grupo de cidadãos explica que aquela zona da cidade “precisa realmente de uma boa mudança”, mas uma mudança “com gosto apurado, com sensibilidade à cultura local, perspicácia em manter nosso património histórico e arquitetónico, não adulterando ou descaraterizando nada por respeito à história do lugar”.
Na missiva, escrita em espanhol, os cidadãos relembram ainda ao tenista que naquela zona existem muitas lojas históricas que “a cidade não pode perder” porque as pessoas que vivem a cidade e na cidade mantém uma “profunda relação de afetividade” com esses locais.
Sobre a Pastelaria Suíça, os cidadãos lembram que aquele local fora, outrora, ponto de encontro de intelectuais judeus que fugiam da Segunda Guerra Mundial e que, posteriormente, muitos foram os clientes de renome que por lá passaram: Edward Kennedy, Maria Callas, Orson Welles são alguns exemplos.
Sugerem, inclusive que, se se recuperar a Pastelaria Suíça dos anos 60/70, este espaço emblemático poderia ser no futuro a referência ideal para o hotel que planeiam construir no quarteirão.
“Estimado Rafael Nadal, não mate as nossas memórias!”, rematam.
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