Fogo de Monchique com 95% do perímetro dominado

O fogo rural que deflagrou em Monchique na sexta-feira já consumiu entre 15.000 e 20.000 hectares, mas já foi considerado dominado em 95% do seu perímetro, informou hoje o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro. Entretanto, este incêndio já é notícia lá fora.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
06/08/2018 13:31 ‧ 06/08/2018 por Notícias Ao Minuto com Lusa

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Incêndios

"A grande progressão de área ardida, que anda neste momento entre os 15.000 e 20.000 hectares, a enorme parte desta área ardida foi ontem a partir das 15h00,/16h00 até à noite", estimou Jorge Botelho.

O responsável, também presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, falava após uma reunião de uma hora no Centro de Meios Aéreos de Loulé, acompanhada pelo secretário de Estado da Proteção Civil e na qual foi feito um ponto de situação às últimas 72 horas.

Jorge Botelho acrescentou que, neste início de tarde, "95% do perímetro do fogo está considerado dominado e há 5% que não está".  

"Confiamos que o sistema vai responder e controlar a situação nas próximas horas", enfatizou.

De acordo com o responsável, as autoridades estão a fazer uma avaliação de reconhecimento no terreno sobre o edificado ardido no incêndio da serra de Monchique, não havendo ainda uma quantificação precisa de casas afetadas. "Há casas de primeira ou segunda habitação que pelo menos foram 'lambidas' pelo fogo. Veremos se têm condições de habitabilidade. Penso que terão muitas delas", concretizou Jorge Botelho.

"Não conseguirmos operar com meios aéreos dificulta"

Já o comandante distrital de operações de socorro, Vítor Vaz Pinto, esclareceu que 95% do perímetro do incêndio "não tem chama ativa", mas tem "alguns pontos quentes que merecem preocupação".

"O facto de não conseguirmos operar com meios aéreos dificulta que nas áreas em que não há acessos terrestres possamos garantir que não vai haver ali reativações fortes", acrescentou.

Vaz Pinto sublinhou que, durante a madrugada de hoje, "foi possível debelar e extinguir uma frente de fogo superior a 13 quilómetros só com recurso a operacionais no terreno e a máquinas de rasto".

O comandante operacional afirmou que os 5% ainda ativos "estão em áreas inacessíveis a meios terrestres", mas não especificou a zona geográfica por não estar na área de operações.

Jorge Botelho assegurou que as autoridades estão "a trabalhar para que a normalidade possa ser reposta nas condições possíveis" em relação às pessoas que foram retiradas de suas casas e colocadas em espaços provisórios.

Os técnicos de Segurança Social, sublinhou, estão "em permanência desde o primeiro dia no terreno" e, entretanto, chegou "um reforço" de assistentes sociais e psicólogos, oriundos do distrito de Setúbal.

Jorge Botelho concluiu que há confiança nos operacionais para debelarem nas próximas horas este "episódio grave" que afetou dois municípios no Algarve (Monchique e Silves, distrito de Faro) e um no Baixo Alentejo (Odemira, distrito de Beja).

Incêndio já é notícia lá fora

O facto de o incêndio ter movido mais de mil operacionais e de ter obrigado à retirada de pessoas das suas casas é já notícia na agência Reuters, onde o calor extremo dos últimos dias e as manchas de fumo têm dificultado o combate às chamas.

Notícias ao MinutoIncêndio captado pela objetiva do fotógrafo Rafael Marchante© Reuters

A Reuters dá ainda conta da história de João Furtado, de 60 anos, que se viu obrigado a esconder-se num tanque de água na altura em que as chamas já tinham chegado à sua habitação.

Saliente-se ainda que o combate às chamas em Monchique vai ser reforçado com dois aviões Canadair disponibilizados pelo Governo espanhol, que poderão começar a atuar já durante a tarde,  segundo fez saber o secretário de Estado da Proteção Civil.

O incêndio, refira-se também, está a ser combatido com a ajuda de 160 militares e seis máquinas de rasto do Exército e da Força Aérea, segundo anunciou hoje o gabinete do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

Neste fogo, que obrigou à evacuação de várias localidades, há registo de 25 feridos, um dos quais grave.

 

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