Apagão evidenciou "posição vulnerável" do país

O antigo diretor-geral da Energia Mário Guedes considerou esta terça-feira que o apagão evidenciou a vulnerabilidade do país em termos de independência energética e que, para ser autossuficiente, tem de gerar eletricidade, preferencialmente utilizando recursos naturais nacionais.

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© Jon Nazca/Reuters

Lusa
29/04/2025 16:19 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Apagão

"O apagão ocorrido em 28 de abril de 2025 evidenciou a posição vulnerável de Portugal em termos de independência energética e, consequentemente, de soberania nacional", defendeu Mário Guedes, em resposta escrita à Lusa, considerando que "a dependência de fontes externas compromete a estabilidade económica e a segurança nacional".

 

Para o antigo líder da Direção-Geral da Energia e Geologia (DGEG), a falha de eletricidade que afetou a Península Ibérica e parte do território francês durante mais de 10 horas demonstrou "claramente que Portugal não é autossuficiente nem soberano na produção de eletricidade, estando significativamente dependente da Espanha para manter o funcionamento normal das infraestruturas essenciais".

Mário Guedes considerou que esta é uma questão cuja solução não é rápida nem simples, mas que terá de envolver a geração de eletricidade no país, "preferencialmente utilizando recursos naturais nacionais, como os de origem hídrica, solar, eólica, geotérmica ou outros".

O antigo diretor-geral apontou ainda o dedo às políticas energéticas adotadas desde 2019, que culpa diretamente pelo que considera ser uma situação de vulnerabilidade, como a decisão de encerrar antecipadamente "e sem medidas de redundância" as centrais a carvão de Sines e do Pego, associada "à incapacidade de licenciar tempestivamente os projetos de centrais solares, bem como ao modelo de leilões solares".

"Nenhum destes factos podem ser considerados como surpresa, tendo referido por diversas vezes nos Relatórios anuais de Monitorização e Segurança de Abastecimento (RMSA), emitidos pela Direcção Geral de Energia e Geologia", vincou.

Mário Guedes liderou a DGEG entre abril de 2017, tendo sido nomeado pelo então secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches (PS), e novembro de 2018, quando o seguinte secretário de Estado da Energia, João Galamba (PS), o substituiu por João Bernardo.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

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