Comum à petição assinada por mais de 7.300 subscritores e aos projetos de resolução é também a exigência de que o Governo avance com as obras há anos reclamadas para o bloco operatório dessa unidade hospitalar.
Os documentos em causa só serão votados na sexta-feira, mas o Parlamento começará assim por analisar as reivindicações da CDU quanto à necessidade de obras no bloco operatório, a reativação da urgência básica após o seu encerramento em 2007, a integração dos trabalhadores precários do hospital e maior autonomia para esse equipamento.
O projeto de resolução 1873/XIII/4.ª, do BE, reclama as mesmas medidas, defendendo que "o investimento no Hospital Francisco Zagalo, o aumento da sua capacidade de resposta e a recuperação de valências perdidas são da maior importância para a população".
O mesmo documento realça que a unidade de Ovar "carece de uma intervenção importante no Bloco Operatório, de forma a alcançar as condições técnicas e de segurança para um melhor e mais seguro serviço", e pede a reabertura da urgência como forma de evitar que a população do concelho tenha que recorrer à do Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, que se encontra "saturado e com tempos de resposta insatisfatórios".
No que se refere em concreto aos funcionários com vínculo precário ao hospital, o BE recorda que em abril de 2018 o Ministério da Saúde informou que "48 dos 51 trabalhadores que tinham requerido a integração tinham recebido parecer favorável", mas alerta: "É preciso, para além disso, garantir a contratação de mais profissionais de saúde para melhorar e aumentar a prestação de cuidados à população".
O projeto de resolução 1871/XIII/4.ª, do PEV, adota uma perspetiva semelhante: "O Hospital Francisco Zagalo carece de intervenção importante na área do Bloco Operatório, de forma a alcançar as condições técnicas e de segurança para um melhor e mais seguro serviço aos seus utentes".
O documento dos ecologistas também reconhece que, desde o encerramento do serviço de urgência de Ovar em 2007, a alternativa passou a ser o Hospital São Sebastião, a cuja localização o PEV atribui "poucas acessibilidades, em particular para as pessoas idosas".
O partido conclui, por isso, que "além de criar grandes constrangimentos à população de Ovar em termos de tempo, custos e comodidade", o encerramento do serviço de urgência da unidade vareira também vem contribuindo "para congestionar as urgências do Hospital São Sebastião, frequentemente saturado e com enormes tempos de espera".
Atualmente, o Hospital Francisco Zagalo assegura as especialidades de Medicina Interna, Pediatria, Cardiologia, Dermatologia, Medicina Física e Reabilitação, Cirurgia, Ortopedia, Urologia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, além do Bloco Operatório e de vários meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Através de uma Unidade de Convalescença, integra ainda a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
O hospital serve um concelho que conta com mais de 55.000 habitantes fixos e que, dada a extensa frente marítima do território, regista um significativo aumento da população flutuante no período do verão, quando esse equipamento se torna a unidade de referência também para os visitantes das praias dos concelhos vizinhos da Murtosa e Aveiro.