António Costa admitiu, esta segunda-feira, algum "pessimismo" em relação às negociações com os professores que vão recomeçar esta segunda-feira.
"Não escondo que, depois das declarações de ontem, de um um dirigente sindical, tenho algum pessimismo sobre a possibilidade de se avançar nestas negociações. Porque se os sindicatos mantêm a posição intransigente, não vejo que possamos ter muito para avançar. Mas a esperança é a última a morrer", disse o primeiro-ministro aos jornalistas, depois da sua intervenção na sessão plenária da Cimeira União Europeia-Liga Árabe, que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito.
António Costa referia-se às declarações de Mário Nogueira, líder da Fenprof, que garantiu, este domingo, ao jornal ECO, que “não há acordo possível [em relação à recuperação do tempo de serviço dos professores] com menos de nove anos”.
Perante tais palavras, na véspera do reinício das negociações entre o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e os sindicatos de professores sobre o descongelamento das carreiras, Costa admite ter “pouca esperança” que a postura negocial seja diferente da “intransigência que tem caracterizado a postura sindical sobre este tema”.
O chefe de Governo diz ainda que os sindicatos dos professores também têm de ceder, visto que, o Governo já deu "um passo importante ao avançar de uma posição que consta do seu programa do Executivo, que era pura e simplesmente limitar-se ao descongelamento e conseguiu arranjar uma solução para permitir contar 70% do tempo de cada modulo de progressão, chegando aos 2 anos, nove meses e 18 dias".
Já sobre os enfermeiros, António Costa relembrou que as negociações estão em curso e que o Governo tem de aguardar que termine o prazo legal da discussão pública para negociar com os sindicatos.
"Relativamente aos enfermeiros já está, há mais de uma semana, em discussão pública, pelo prazo legal de 20 dias que a lei nos impõe para consulta, a proposta para responder à principal reivindicação, que tem a ver com a criação de uma carreira de enfermagem com três categorias. O Governo agora tem de aguardar, no decurso do prazo previsto de negociação sindical, de forma a que os sindicatos se pronunciem e para podermos avançar com as negociações", sublinhou o primeiro-ministro.