"Face à manutenção do risco de fortes precipitações nos próximos dias e ao volume crescente do nível das águas em diferentes barragens das regiões afetadas em Moçambique e países vizinhos pela passagem do ciclone Idai, não é de excluir que se venham a verificar descargas das mesmas, como forma de evitar o seu colapso com consequências muito mais gravosas”, explica a Embaixada de Portugal em Moçambique através de comunicado.
“As populações das regiões mais afetadas devem por isso estar atentas às indicações que venham a ser dadas pelas autoridades para, dentro do possível, salvaguardar os seus bens e vidas pessoais”, acrescenta o documento, confirmando os relatos que têm sido divulgados através das redes sociais, e que dão conta que as pessoas estão a ser avisadas sobre a abertura de algumas barragens.
Recorde-se que a região central de Moçambique está a ser afetada, desde quinta-feira da semana passada, pelo ciclone Idai, com registo de chuvas torrenciais e ventos de até 170 quilómetros por hora. A passagem do ciclone em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
A embaixada afirma, ainda, que as províncias de Sofala, Manica e da Zambézia foram atingidas “de forma muito intensa”, explicando que algumas zonas apresentam “grandes dificuldades de comunicação” e de movimentação, devido “nomeadamente à queda de postes e árvores”.
No caso da cidade da Beira, em Sofala, a intempérie deixou o consulado geral muito danificado mas, avisa a embaixada portuguesa, “o Sr. Cônsul Geral de Portugal na Beira e a equipa do Consulado Geral encontram-se naquelas instalações consulares onde poderão atender, em caso de necessidade, os cidadãos portugueses”.
O documento deixa também algumas recomendações para os viajantes que se encontrem nos locais mencionados, ou que pretendem lá chegar:
- Evitem a travessia de leitos de rio;
- Tomem as necessárias precauções de prevenção de doenças;
- Evitem circular e permanecer em zonas ribeirinhas ou no perímetro das bacias hidrográficas;
- Acompanhem o evoluir da situação através dos órgãos oficiais e comunicação social;
- Circulem somente nas estradas que não representem qualquer perigo à circulação;
- Estacionem em locais protegidos e resguardados de objetos que possam constituir perigo físico (árvores, postes elétricos, torres e outros);
- Devem obedecer às instruções das autoridades competentes.