"A Escola Superior Agrária de Coimbra é um dos parceiros do projeto financiado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a instalação de um capril e exploração, numa primeira fase, de 150 cabras em regime extensivo na localidade de Cepos, concelho de Arganil", revelou a ESAC.
A candidatura, aprovada no âmbito do Fundo Recomeçar - Ambiente, insere-se na Medida 1 - Recuperação do Ambiente, Ordenamento do Território e Diminuição do Risco de Incêndio, sendo liderada pelo Conselho Diretivo dos Baldios de Cepos e Casal Novo.
A ESAC lembra que é uma das medidas concretas para promover a recuperação das áreas afetadas pelo grande incêndio de 15 e 16 de outubro de 2017.
"Prevê-se que o rebanho de caprinos explore terrenos comunitários dos dois baldios e promova, para além da rentabilidade intrínseca à produção de leite e de cabritos, a gestão de combustível, sobretudo matos, contribuindo para a redução do risco de incêndio nas áreas florestais contíguas à aldeia de Cepos", refere a Escola.
A Agrária de Coimbra apoiará a instalação do projeto enquanto consultora para os aspetos técnicos relacionados com as pastagens naturais e melhoradas a instalar.
"Essas áreas, destinadas à alimentação dos animais, funcionam como elementos sustentáveis para uma prevenção estrutural do risco de propagação de incêndios, na medida em promovem a compartimentação dos espaços pela descontinuidade da vegetação", descreve a ESAC.
Segundo José Costa, responsável pelos Baldios de Cepos e Casal Novo, os trabalhos com vista à construção do capril já se iniciaram com a limpeza e regularização do local, tendo sido também realizadas operações de culturas prévias à instalação das pastagens para os animais.
"O sucesso desta iniciativa será determinante para a região, na medida em que poderá despertar o interesse de outras entidades e proporcionar um desejado efeito multiplicador", garante Érica Castanheira, vereadora da Câmara Municipal de Arganil, que também é um dos parceiros do projeto.
O Recomeçar - Ambiente, lançado pela Santa Casa Misericórdia de Lisboa, é destinado a apoiar iniciativas promovidas por entidades públicas ou privadas, que visem a recuperação do ambiente, o ordenamento florestal e a diminuição do risco de incêndio.
O Fundo atua através da "reconstrução de infraestruturas, aquisição de equipamentos e desenvolvimento de projetos de atividades, em benefício da respetiva economia e da população, nas zonas afetadas pelos incêndios ocorridos entre 15 e 16 de outubro de 2017".