Um casal de turistas que seguia no autocarro que ontem ao final do dia se despistou no Caniço (Madeira) relata os momentos do acidente, pouco depois de o autocarro ter saído do hotel Splendida com destino ao Funchal.
“Penso que os travões não funcionaram. Não consigo imaginar outra razão. O autocarro partiu de Quinta Splendida e, após alguns segundos, começou a andar cada vez mais depressa. Bateu contra o muro, pensámos imediatamente que estava descontrolado. Ia cada vez mais rápido e depois saltou…”, descreve o homem.
A esposa, que apenas tem o pescoço dorido, relata o que os dois fizeram e que lhes pode ter salvado a vida: “No avião, explicaram-nos como fazer …. Agachámo-nos como bebés (posição fetal). E foi a nossa sorte”.
O marido tem uma costela partida, mas “não é importante” quando comparado com a situação de muitos dos que seguiam no autocarro. “Estamos vivos e estamos juntos. Muitas pessoas perderam os maridos ou as mulheres. Algumas pessoas não sabem se o cônjuge está vivo ou não”, sublinham, em declarações aos jornalistas.
O casal conta ainda que no momento do acidente, as pessoas “voaram pela janela” e muita gente ficou deitada no exterior: “Percebemos que algumas estavam mortas”.
“A ambulância chegou rapidamente. Chegaram muitos carros e pessoas que começaram a ajudar quem precisava”, salientam os dois.
Das 29 vítimas mortais, 28 tiveram morte no local, tendo uma senhora acabo por morrer nos cuidados intensivos do Funchal. Dos 27 feridos, nove já tiveram alta, de acordo com o último balanço, feito esta manhã. Quatro dos feridos estão internados nos cuidados críticos.