Fenprof fala em "ato de chantagem" de António Costa

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou hoje que o primeiro-ministro, António Costa, fez "chantagem" ao ameaçar com a demissão do Governo a propósito da recuperação de tempo de serviço dos professores.

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Lusa
03/05/2019 18:36 ‧ 03/05/2019 por Lusa

País

Reação

 

"Classifico com uma só palavra aquilo que acabei de ouvir: foi um exercício de um ato de chantagem", declarou Mário Nogueira.

O líder da Fenprof falava em Ponta Delgada, nos Açores, onde participou numa conferência, de que se ausentou momentaneamente para assistir via televisão - ladeado pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos - à comunicação ao país do chefe do Governo.

Mário Nogueira sustentou que "foi sob chantagem" que os professores passaram "mais de ano e meio a reunir-se com o Governo sobre esta matéria", e neste tempo, "manifestando um elevadíssimo profissionalismo", foi conseguido baixar o insucesso escolar, entre outros aspetos positivos.

"O prémio que o Governo de António Costa, do PS, tem para os professores do continente é discriminá-los da generalidade da Função Pública no país e dos seus colegas na Madeira e dos Açores", prosseguiu o sindicalista.

O primeiro-ministro afirmou hoje que comunicou ao Presidente da República que o Governo demitir-se-á caso a contabilização total do tempo de serviço congelado dos professores seja aprovada em votação final global.

"Ao Governo cumpre garantir a confiança dos portugueses nos compromissos que assumimos e a credibilidade externa do país. Nestas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] e o presidente da Assembleia da República [Ferro Rodrigues] que, a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua demissão", declarou António Costa.

Esta advertência foi feita pelo chefe do governo numa declaração ao país, depois de ter estado reunido cerca de 40 minutos com Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da crise política aberta com a aprovação pelo parlamento, com o voto contra apenas do PS, da recuperação do tempo total de serviço dos professores no período em que houve congelamento de progressões.

 

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