Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias estiveram reunidos, esta segunda-feira, com os representantes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).
A reunião negocial, que contou com a mediação do Ministério do Trabalho, terminou com a entrega do pré-aviso de greve, isto porque, motoristas e patrões não se entendem quanto aos aumentos salariais, tal como o Notícias ao Minuto avançou anteriormente.
À saída do encontro, o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas disse aos jornalistas que a ANTRAM “deu o dito por não dito”, acusando a associação do setor de se recusar a cumprir com o estipulado anteriormente.
“O que está em causa não é janeiro de 2021, porque este [aumento] a ANTRAM aceitou”, começou por dizer Pedro Pardal Henriques, referindo-se ao aumento que subirá o salário dos motoristas para 1400 euros no início do próximo ano.
O problema, explicou, encontra-se no aumento gradual que os sindicatos defendem e que a ANTRAM “não aceitou”.
“Não aceitou [hoje] o aumento gradual conforme tinha aceite e assinado e agora dá o dito pelo não dito”, acusa o assessor jurídico do SNMMP, dizendo ainda que os patrões se recusam a negociar.
“A ANTRAM diz que não negoceia connosco sob pressão, mas nem com pressão, nem sem pressão. Não quer negociar”, atirou Pardal Henriques, garantindo que os sindicatos dos motoristas espanhóis “já se mostraram disponíveis para apoiar” os portugueses.
Antes de concluir a sua intervenção junto dos jornalistas, o advogado acusou o presidente e o vice-presidente da ANTRAM de “não terem aparecido [na reunião]” e de “continuarem a fugir”.
Têm de cumprir com o que se comprometeram. Há um documento assinado por eles os dois e agora nem têm a coragem de aparecer para desmentir o que for”
Segundo Pardal Henriques, a associação apenas aceita o aumento salarial para os 1400 euros, recusando o aumento gradual para os 1550 em janeiro de 2021 e para os 1715 em 2022.