Num comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara de Marvão, distrito de Portalegre, refere que, durante a atual campanha de escavações arqueológicas, "foi possível confirmar a existência de um novo edifício público" na cidade, um anfiteatro.
A confirmação "é de particular relevância, porque se trata do quinto anfiteatro romano conhecido em toda a província da Lusitânia", depois dos descobertos em Mérida (Espanha), Conímbriga (Coimbra), Bobadela (Oliveira do Hospital) e Caparra (Cáceres, Espanha), frisa o município.
Segundo a autarquia, o edifício do anfiteatro da cidade romana de Ammaia, do qual já "se pôde identificar uma das portas e parte da estrutura de assentamento das bancadas", tem "uma estrutura com cerca de 60 metros de comprimento no seu eixo maior".
A confirmação foi feita durante a campanha de escavações arqueológicas que decorre desde junho e até final deste mês na cidade romana, no âmbito do projeto internacional "Lusitânia: Investigação e Projeto Arqueológico na Cidade Romana de Ammaia".
O projeto, que decorre pelo segundo ano consecutivo, resulta de uma colaboração entre a Fundação Cidade de Ammaia, a Universidade de Lisboa e a Fundación de Estudios Romanos e o Museo Nacional de Arte Romano, situados em Mérida, e tem o apoio da Câmara de Marvão.
Este ano, o objetivo do projeto era a exploração e a ampliação dos trabalhos nos espaços públicos da cidade romana de Ammaia e, por um lado, "deu-se continuidade aos trabalhos no fórum, alargando-se o conhecimento desta estrutura e das suas diferentes fases".
"Por outro lado, na área onde se presumia a localização de edifícios lúdicos da cidade, foram previamente realizadas prospeções geofísicas, com a colaboração do Instituto de Arqueologia de Mérida", explica o município.
A cidade romana de Ammaia, classificada como Monumento Nacional em 1949, é o mais importante vestígio da sua época existente no norte alentejano e situa-se em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede.
A zona central da cidade é constituída pela Quinta do Deão e pela Tapada da Aramenha e tem uma área de cerca de 25 hectares.
As ruínas da cidade estiveram abandonadas até finais de 1994, quando começaram as primeiras escavações arqueológicas sistemáticas.
Três anos depois, a Fundação Cidade de Ammaia assumiu os trabalhos de estudo, escavação e de preservação do que resta da antiga cidade romana.
No espaço, estão instalados um museu e um laboratório de conservação e restauro, que foi criado para conservar e salvaguardar os bens arqueológicos da cidade.
O laboratório funciona também como local de trabalho para investigadores que estão a estudar os materiais arqueológicos da cidade romana de Ammaia.