PSD acusa MAI de ser "ministro da propaganda" e exige recolha de golas

O PSD acusou hoje o ministro da Administração Interna de atuar como "um ministro da propaganda" e exigiu ao Governo que mande "de imediato" recolher as golas em material inflamável que foram distribuídos às populações.

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Lusa
26/07/2019 13:47 ‧ 26/07/2019 por Lusa

País

Golas inflamáveis

O Jornal de Notícias escreve hoje que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras', com o ministro Eduardo Cabrita a classificar a notícia como "irresponsável e alarmista".

"A reação do Governo é tão inacreditável como a situação em si. O senhor ministro culpa os autarcas por fazerem o seu trabalho, fica incomodado com perguntas dos jornalistas, quando a irresponsabilidade do que aconteceu é entregar material inflamável a pessoas supostamente para as proteger", criticou o deputado do PSD Duarte Marques, em declarações à Lusa.

O deputado social-democrata eleito por Santarém sublinha que "o Governo gastou quase 200 mil euros numa manobra de 'marketing'", defendendo que esse dinheiro seria "muito melhor aplicado" dando meios aos bombeiros, que ainda têm verbas em atraso para receber.

"Temos um ministro da propaganda, que devia ser ministro da Administração Interna, que é um perigo para os portugueses, porque este material é altamente inflamável, não pode ser usado pelas pessoas no fogo", reforçou.

Por isso, o PSD exige que "de imediato" o Governo esclareça se já mandou recolher estes lenços em material inflamável e que garanta que "não voltarão a ser usados", considerando que "são um perigo para as pessoas".

"Se foi uma manobra de 'marketing' ou 'merchandising', foi uma manobra muito infeliz e muito irresponsável", acusou.

Para o PSD, acrescentou, "mais do que acusar ou responsabilizar, a primeira prioridade é garantir que este material é recolhido pelo Governo".

"O senhor ministro da Administração Interna, que devia ser o principal responsável pela segurança das pessoas, anda literalmente a brincar com o fogo e isso não é admissível em Portugal", disse.

Questionado sobre os factos hoje revelados pelo JN, o ministro Eduardo Cabrita respondeu que a notícia é "verdadeiramente irresponsável e alarmista", considerando que revela "desconhecimento de questões técnicas que a Autoridade Nacional de Proteção Civil já esclareceu".

O ministro sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) veio entretanto esclarecer que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas.

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