Com a continuação de condições meteorológicas favoráveis ao risco de incêndio rural e com o inicio do mês de agosto, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil quis deixar alguns alertas à população devido ao número de concelhos com risco de incêndio máximo - 15 concelhos em cinco distritos.
Pedro Nunes, comandante adjunto das operações nacionais da Proteção Civil referiu que um dos factores "que influenciou a manutenção deste quadro de alerta prende-se com o início do mês de agosto". "Se olharmos para aquilo que foram os últimos anos, o mês de agosto faz aumentar por questões várias o número de ignições e temos também noção de que há uma movimentação de pessoas de vários quadrantes para o interior do país nesta altura do ano, o que provoca uma pressão nesse território", referiu.
Justificando que também por isso foi decidido manter o nível de alerta amarelo até dia 5 de agosto.
Que medidas vão ser tomadas?
O comandante adjunto referiu que para evitar ignições vão ser tomadas algumas medidas, nomeadamente o aumento da "vigilância quer aérea, quer terrestre". "A vigilância aérea vai ser feita com recurso aos aviões de observação e vigilância que temos já dentro do dispositivo e com recurso a drones da Força Aérea para cumprirmos este desiderato", revelou. No terreno a vigilância vai ser reforçada com "meios quer da GNR, quer das forças armadas", com "mais efetivos e mais patrulhas com maior incidência no interior do país". No total as equipas serão reforçadas com "mais 100 efetivos".
"O estado de alerta vai vigorar em Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Beja e Faro, são estes [os distritos] que sofrerão a maior adversidade meteorológica ou onde o índice de perigo meteorológico será maior", informou ainda o responsável aos jornalistas.
Questionado sobre a forma como o trabalho da Proteção Civil tem decorrido durante a polémica questão dos kits de emergência de incêndio, que continham golas feitas em poliéster, Pedro Nunes disse que estão "a trabalhar em conjunto com todas as entidades". "Esta decisão foi tomada em sede de briefing, onde esteve presente quer a ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil), quer a GNR, a Polícia Judiciária, as células todas aqui do Comando Nacional, a AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais), de forma normal e apropriada para a altura do ano em que estamos", acrescentou.
Conselhos da Proteção Civil
O comandante quis ainda deixar um conselho "aos portugueses, a todos aqueles que vão para o interior e face à pressão do território: que cada português seja um vigilante". "Se cada um de nós for um vigilante estaremos a aumentar a resiliência do nosso território face ao problema dos incêndios rurais", apelou.
"Nos momentos de maior calor e de maior incidência do vento no território onde estão, evitem usar as máquinas agrícolas, as máquinas de combustão, de motosserras e não usem o fogo sob nenhum pretexto", alertou.
[Notícia atualizada às 13h50]