"Serviços mínimos foram ultrapassados e requisição está a ser cumprida"

O ministro do Ambiente fez um ponto de situação sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas.

Notícia

© Global Imagens

Sara Gouveia
17/08/2019 12:52 ‧ 17/08/2019 por Sara Gouveia

Economia

Greve dos motoristas

O ministro do Ambiente fez o que já vem sendo habitual, um ponto de situação sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas. Naquele que é o sexto dia de greve, e que não há sinal de que esteja perto de acabar, Matos Fernandes dá conta de que os serviços mínimos foram cumpridos e até superados e que não se registou qualquer incumprimento da requisição civil decretada pelo Governo.

Verificou-se, "uma média, de 85% das cargas" planeadas, o que representa um crescimento em relação a sexta-feira, afirmou João Pedro Matos Fernandes em conferência de imprensa realizada na delegação da Agência Portuguesa do Ambiente no Porto.

Instado a comentar as negociações inconclusívas desta sexta-feira,  entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Antram, que após uma maratona negocial de dez horas não conseguiram chegar a acordo, o ministro referiu que apesar de tudo "a situação é de plena normalidade existindo uma greve".

"Os serviços mínimos estão até a ser ultrapassados, a requisição civil está a ser escrupulosamente cumprida, tudo está a ser cumprido". Mas, ressalva Matos Fernandes, "quem negoceia são as partes e o papel do Governo é o de aproximar as partes. Boa parte da noite de ontem foi prova disso mesmo".

"Já foram feitos dois acordos com dois dos sindicatos dos setor, um nem estava em greve, e só falta um acordo com um dos sindicatos para se poder celebrar o contrato coletivo de trabalho. Amanhã há um plenário vamos ver o que é decidem os trabalhadores. A nossa forte expetativa é que esse acordo venha a ser celebrado rapidamente para que a greve possa acabar", revelou.

Questionado sobre se o executivo continua disponível para mediar as negociações, o ministro garantiu que "aquele que tem sido o comportamento do Governo é a melhor resposta a essa pergunta", pois o "Governo tem estado sempre disponível".

Confessando não ser possível prever o "verdadeiro impacto" que a greve teria no funcionamento do país de antemão, mas constatando posteriormente "uma certa normalidade", Matos Fernandes referiu que, juntamente com o Ministro da Administração Interna, reduziu a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA) de 52 para 26 postos. "Estamos a acompanhar, vamos deixar passar o domingo, que é sempre um dia diferente no abastecimento, mais ainda havendo um plenário de trabalhadores e certamente que segunda-feira estaremos em condições, com os dados que temos até aqui, para que esses 26 postos sejam reduzidos", explicou.

"Pertencer à REPA é ter uma garantia que mais nenhum posto tem de ser abastecido. Há outros postos que estão encerrados porque estando em greve não é possível levar-lhes combustível. Não penso mesmo que pertencer à REPA seja qualquer estigma, muito antes pelo contrário. É, não só participar num serviço público ao comum das pessoas e das forças de segurança, mas é sobretudo ter uma garantia de abastecimento", destacou confrontado com a questão de uma possível medida a ser tomada para compensar alguns proprietários de postos de abastecimento que se mostraram preocupados com o aumento dos custos e quebra de receitas devido à greve.

Recorde-se que os motoristas de matérias perigosas cumprem hoje o sexto dia de uma greve convocada por tempo indeterminado, desde segunda-feira, 12 de agosto. A greve foi convocada com o objetivo de reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.

[Notícia atualizada às 13h]

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas