Açores: Corvo apercebeu-se que não era "mais uma tempestadezinha"

A população da ilha mais pequena dos Açores (Corvo) apercebeu-se que a passagem do furacão Lorenzo não seria apenas "mais uma tempestadezinha" e levou "à risca" os avisos das autoridades, disse hoje o autarca corvino, José Manuel Silva.

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© Kathy Rita

Lusa
02/10/2019 13:28 ‧ 02/10/2019 por Lusa

País

Mau tempo

"As pessoas, em função da informação que foi sendo veiculada, perceberam que efetivamente não se tratava de mais uma tempestadezinha ou um dia de mau tempo como muitas vezes se tem (na ilha) durante o inverno", declarou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal do Corvo.

O grupo ocidental do arquipélago (Flores e Corvo), devido à sua localização geográfica, tradicionalmente é o mais afetado dos Açores por fenómenos naturais como tempestades tropicais ou furacões.

José Manuel Silva afirma que as pessoas "levaram os avisos à risca" e "protegeram ao máximo os seus bens", tendo-se mantido em casa, o que "facilitou bastante e evitou que houvesse danos pessoais".

O furacão Lorenzo passou esta madrugada, entre as 4:00 e as 4:30, a cerca de 70 quilómetros a oeste das Flores ainda com categoria 2 na escala de Saffir-Simpson, mas no limite inferior, segundo uma nota enviada esta manhã pelo IPMA.

As rajadas máximas registadas pelo IPMA ocorreram às 8:25 locais no Corvo (aeroporto), com 163 km/h, às 05:00 nas Flores (aeroporto), com 142 km/hora, e às 4:00 no Faial (Horta), com 145 km/h.

O furacão Lorenzo perdeu entretanto força e está a deslocar-se rumo à Irlanda.

O presidente da Câmara Municipal do Corvo referiu que, neste momento (11:30 dos Açores, menos uma do que em Lisboa) o vento "ainda soprava com bastante intensidade" e a ondulação fazia-se sentir com "grande vigor", tendo a situação mais intensa tido lugar entre as 3:30 e as 4:30 de hoje.

O autarca aponta que se registaram várias ocorrências em termos materiais, mas há nada a apontar em relação pessoas em risco, tendo nas últimas horas registando-se danos, por exemplo, nas coberturas de alguns edifícios, a par da vedação do aeroporto, entre outros eventos cujos prejuízos vão agora ser contabilizados.

O número de pessoas desalojadas nos Açores devido à passagem do furacão "Lorenzo" aumentou para 39 e o número de ocorrências para 127, segundo o último balanço oficial da Proteção Civil regional.

"Foram realojadas 39 pessoas, na sua maioria na ilha do Faial, tenho esta sido uma das mais afetadas, não se tendo registado, no entanto, qualquer vítima", avançou o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, em comunicado de imprensa.

Na zona costeira do concelho das Lajes na ilha do Pico foram ainda retiradas "cerca de 100 pessoas", por precaução.

Segundo a entidade, durante o período da madrugada "foram registadas 127 ocorrências, nomeadamente, duas na ilha do Corvo, 21 nas Flores, 46 na ilha do Faial, 20 no Pico, 19 de São Jorge, oito na Graciosa, nove na Terceira, e duas em São Miguel".

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