Para além da já noticiada queixa-crime avançada pelo advogado Jorge Nande contra "incertos", narrando factos imputados ao deputado social-democrata, sobre alegadas presenças simultâneas no parlamento e na câmara entre 2013 e 2015, Eduardo Teixeira foi alvo de uma denúncia anónima.
A mesma fonte judicial referiu que um dos casos é uma "denúncia anónima" contra o deputado, formalizada no dia 03 de outubro, cerca das 17:00, através do endereço eletrónico do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Viana do Castelo.
Aquela fonte acrescentou que a denúncia foi "distribuída" no dia 04 de outubro, com o número 3.095/19.0 T9VCT, sem classificação.
À Lusa, o advogado Jorge Nande afirmou hoje que a queixa-crime contra incertos que apresentou, foi enviada, no dia 04, cerca das 18:00, por correio eletrónico para o DIAP de Viana do Castelo, tendo sido "distribuída, na quarta-feira dia 09 de outubro, com o número 3.158/19.1 T9 VCT, tendo sido classificada como alegada corrupção e afins".
A fonte judicial hoje contactada pela Lusa afirmou que os dois processos estão nas mãos da mesma procuradora do MP.
Contactado pela Lusa, Eduardo Teixeira, que é também presidente da concelhia do PSD de Viana do Castelo, disse não ter conhecimento de nenhum dos dois casos e que não faz comentários sobre denúncias anónimas.
"A queixa-crime é contra terceiros não é contra mim. Estou perfeitamente tranquilo porque o assunto foi amplamente conhecido na época. As tentativas criadas para dificultarem o cumprimento do meu mandato. Seis anos depois, levantarem-se esta dúvidas lá terão as suas razões particulares e, pelos vistos, políticas. Não têm é nenhum fundamento", frisou.
Eduardo Teixeira exerceu um primeiro mandato como deputado na Assembleia da República entre 2011 e 2015, tendo sido eleito vereador (da oposição) na Câmara de Viana do Castelo para o mandato 2013-2017.
Na terça-feira, as alegadas presenças simultâneas no parlamento e na Câmara de Viana do Castelo, entre 2013 e 2015, do então deputado do PSD e vereador Eduardo Teixeira, foram alvo de requerimentos apresentados pelo advogado autor da queixa.
Na participação que corre no DIAP de Viana do Castelo, Jorge Nande aponta que "das atas das reuniões camarárias, em confronto com as listas de presenças de deputados na Assembleia da República, resulta que, pelo menos nos dias 05 e 12 de dezembro de 2013, 23 de janeiro, 06 e 20 de 26 de fevereiro, 06 de março, 03 e 16 de abril, 29 de maio e 26 de junho, assim como em 20 de novembro de 2014, 08 de janeiro, 05 de fevereiro, 16 de abril e 28 de maio, 2015, Eduardo Teixeira conseguiu estar presente, em simultâneo, nas reuniões do órgão câmara municipal, no Passeio das Mordomas da Romaria, em Viana do Castelo, e no Palácio de São Bento, em Lisboa".
Segundo o documento, "tal facto, que consta de documentos públicos autênticos, poderá ser indiciador da prática de um crime continuado, ou vários crimes de falsificação de documentos ou falsidade informática".
As alegadas presenças simultâneas no parlamento e na Câmara de Viana do Castelo foram terça-feira alvo de requerimentos ao Parlamento e à câmara de Viana pelo advogado autor da queixa.