"Foi detetado, em outubro, um incremento da dispersão da praga no território nacional, designadamente na região do centro do país, onde se localiza um número significativo de viveiros de plantas cítricas", afirma o Ministério da Agricultura em comunicado.
Em causa está Trioza erytreae, ou Psila Africana dos Citrinos, considerado um organismo de quarentena na União Europeia (UE), explica o Ministério liderado por Maria do Céu Albuquerque.
A mesma fonte sublinha que "este inseto, para além de provocar estragos diretos, é vetor da doença dos citrinos, a qual pode afetar seriamente a produção de citrinos a nível nacional e europeu".
A doença ainda não foi detetada na UE mas, "existindo o vetor, a probabilidade da sua entrada e dispersão é elevada", acrescenta a tutela.
O ministério refere que nas primeiras deteções de Trioza erytreae em Portugal, em 2014, foram estabelecidas medidas de controlo nas zonas afetadas, mas apesar das ações de monitorização no terreno pelas Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), em outubro verificou-se um aumento da dispersão da praga.
Os serviços do Ministério da Agricultura "têm realizado todas as ações possíveis, nomeadamente a emissão de ofícios circulares divulgando as medidas fitossanitárias aplicadas para controlo do inseto, a definição e atualização de zonas demarcadas e zonas de vigilância e o estabelecimento de requisitos técnicos para a produção e comercialização de citrinos, conscientes do impacto das medidas fitossanitárias no setor viveirista", lê-se no comunicado.
"Dada a importância da mesma para a economia regional e nacional, a DGAV [Direção Geral de Alimentação e Veterinária] e a DRAP do Centro, atendendo à previsão da dispersão do inseto, têm vindo a trabalhar com o setor viveirista, alertando para a necessidade de reconversão da forma de produção de plantas e fornecendo informação técnica sobre os requisitos a serem seguidos para a construção das estruturas", indica o Ministério.
O gabinete de Maria do Céu Albuquerque lembra que foi disponibilizada uma verba de 2 milhões de euros, do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), para apoio a investimentos em viveiros para a produção de plantas de citrinos ou outras rutáceas, específica para o setor viveirista, mas "as candidaturas apresentadas ficaram, no entanto, abaixo do valor de apoio disponibilizado".