Fim dos chumbos? "É dificil ver aqui uma medida que não seja facilitista"

Miguel Sousa Tavares analisou, esta segunda-feira, o custo das reprovações dos alunos e o programa que o Governo tem na 'manga' para eliminar os chumbos até ao 9.º ano de escolaridade.

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Filipa Matias Pereira
04/11/2019 21:58 ‧ 04/11/2019 por Filipa Matias Pereira

País

Sousa Tavares

O Governo tem na 'manga' um programa que prevê o fim dos chumbos no Ensino Básico, o que, a efetivar-se, se traduzirá numa poupança de 250 milhões de euros por ano, avançou a imprensa esta segunda-feira. Este é o valor que o Estado desembolsa com a reprovação de cerca de 50 mil alunos por ano.

O tema foi alvo de escrutínio por Miguel Sousa Tavares no seu habitual espaço de comentário na antena da TVI, na noite desta segunda-feira. Atirou o comentador que não sabe ao que o Executivo se refere quando fala em "medidas pedagógicas que garantem a aprendizagem de forma mais individualizada. Ou há chumbos, ou exames ou passagens administrativas. Não sei qual seja o terceiro género".

Assim que o tema foi colocado em cima da mesa, professores posicionaram-se de um lado e as famílias do outro. Já o escritor defendeu o entendimento da FENPROF. "Vejo que os professores têm preocupações que aparentemente a associação de pais não tem. Uma das coisas que pergunto é: os alunos que até ao 9.º ano não têm um único exame depois vão estar preparados? Quais vai estar? Aqueles cujos pais tiveram, ao longo dos anos, capacidade de substituir os exames por outras formas de aprendizagem".

Sousa Tavares foi ainda mais além e afirmou não perceber qual "a necessidade desta medida ou quem a pediu. Não acredito que seja o ministro Mário Centeno que queira poupar 250 milhões para não haver chumbos. É difícil ver aqui uma medida que não seja facilitista, mas não sou especialista em questões pedagógicas. Gostava que alguém do Governo explicasse qual é o fundamento pedagógico para isto".

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