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Marcelo recebe um cão em noite com sem-abrigo e pede respostas rápidas

O Presidente da República pediu na terça-feira respostas mais rápidas para a integração das pessoas sem-abrigo, durante uma noite em que ajudou a distribuir refeições nas ruas de Lisboa e recebeu um cão bebé para cuidar.

Marcelo recebe um cão em noite com sem-abrigo e pede respostas rápidas
Notícias ao Minuto

06:34 - 06/11/19 por Lusa

Política Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa retomou as suas iniciativas de apoio e de sensibilização para a situação das pessoas sem-abrigo num percurso que começou em Sete Rios, passou pelo Rossio, por Santa Apolónia e acabou em Alcântara, acompanhado pela ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Horas antes, na terça-feira à tarde, tinha dito que era preciso perceber se o novo Governo, com uma nova equipa na Segurança Social, tencionava ou não prosseguir o caminho iniciado pelo executivo anterior nesta matéria.

Logo no primeiro ponto, nas instalações do Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA), em Sete Rios, os dois estiveram lado a lado a embalar refeições quentes, equipados com aventais brancos, e a ministra assegurou que, "em completa articulação", o Governo quer continuar as ações de procura de habitação e de soluções para as pessoas sem-abrigo.

"O nosso compromisso é continuar a implementar a estratégia e adaptá-la naquilo que for preciso", afirmou, prometendo "não dar nunca o trabalho como adquirido".

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "ter a ministra que tem a tutela do setor empenhada no terreno é fundamental" e que Ana Mendes Godinho "está a meter a cabeça em cheio" neste problema.

A noite começou com "uma boa notícia" quanto às instalações desta instituição em Sete Rios, com o presidente da administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, a anunciar pessoalmente que o CASA poderá permanecer no local mais algum tempo do que o previsto, até ao final do próximo ano.

O chefe de Estado comentou que "essa foi a boa notícia da noite".

Também no local, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro dos direitos sociais, Manuel Grilo, eleito pelo Bloco de Esquerda, declarou que seguramente se encontrará depois uma alternativa dentro dos espaços camarários.

Mais tarde, junto à Estação do Rossio, o Presidente da República e a ministra ajudaram a distribuir refeições a um pequeno grupo de cerca de meia dúzia de pessoas, com tendas, que reagiram de imediato à presença de repórteres de imagem: "Não filmem".

Foi ali que Paulo Lopes, de 45 anos, ofereceu um cachorrinho preto a Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando: "Não vale a pena dizer para tratar bem do cão, porque eu sei que está muito bem entregue".

"Ah, eu vou tratar bem. Bem, bem, bem", respondeu o chefe de Estado, que levou o cão ao colo, apresentando-o: "É o Speedy, que querido".

Paulo Lopes queixou-se ao Presidente da República do tempo que ele e a companheira têm estado à espera de casa. "A candidatura está a demorar muito tempo, vamos ver isso", disse-lhe Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo que "é preciso acelerar isso".

"Há candidaturas aqui apresentadas que temos de ver por que é que estão a demorar", acrescentou mais à frente, aos jornalistas, pedindo pressa: "É preciso que os procedimentos que estão definidos, e que começaram, e bem, no passado, sejam continuados e acelerados".

Quanto à meta de resolver totalmente este problema até 2023, acabando com as situações de pessoas sem-abrigo, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que isso depende não só da capacidade de resposta, mas também do contexto externo: "Se houver crise internacional aumenta imediatamente o número de sem-abrigo. Durante o período da crise em Lisboa não havia 361 como hoje, havia 1.400".

O Presidente da República quis com esta iniciativa "medir o pulso" à evolução da situação das pessoas sem-abrigo, que "é uma situação em mudança" - e irá também ao Porto, em breve - e transmitiu a ideia de que chegaram novas pessoas e algumas, entretanto, foram alojadas.

"Só que é pouco para as necessidades e há pressões que surgem. Basta a economia - não é o caso - desacelerar muito, ou haver uma influência externa em termos de crise económica para aumentar o número de pessoas", alertou.

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