Rio Douro subiu 1,20 metros o caudal e quase cobre Praça da Ribeira

O rio Douro subiu 1,20 metros e entrou quase 30 metros pela Praça da Ribeira, no Porto, até às 22:30, momento em que atingiu a maré cheia, disse hoje à Lusa fonte da Proteção Civil.

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Lusa
20/12/2019 23:36 ‧ 20/12/2019 por Lusa

País

Mau tempo

Quando atingiu a maré cheia, o rio Douro quase cobre a Praça da Ribeira, tendo o limite de segurança sido alargado por duas vezes desde que, cerca das 18:00, galgou pela primeira vez as margens do lado portuense.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, esteve no local a acompanhar a situação na fase em que ameaça entrar no período mais crítico e transmitiu uma mensagem de tranquilidade à população.

"Temos todos os recursos municipais há 24 horas a trabalhar. Estivemos à altura das necessidades da população e queremos, principalmente, que as pessoas não corram riscos. Que se deixem estar em casa sossegadas que as nossas equipas cá estão para tratar do que for preciso", garantiu.

Dando conta de um contacto da parte do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, dirigido aos autarcas do Porto e de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, Rui Moreira disse que o governante os informou do que "estava a acontecer com as descargas das barragens", além de que manifestou solidariedade.

"É sempre de saudar quando um governante, que também é do Porto, se preocupa com o que se está aqui a passar", observou o presidente da Câmara do Porto, destacando que em matéria de alertas, o município se "antecipou à Proteção Civil nacional e à capitania", numa intervenção que até incluiu "megafones em Miragaia".

E prosseguiu: "Cuidámos da população, do seu comércio, fizemos muitos transportes e tivemos cuidados com os automóveis, sendo que nenhum deles ficou danificado".

Com um drone ao lado -- no chão da praça - pronto a ser utilizado pela Proteção Civil, o autarca explicou que se destina "a verificar estruturas que estão agora submersas, principalmente os cabeços que seguram os barcos".

Devido ao avançar das águas, um hotel de luxo situado na praça ficou com a receção, sala de estar e a cave inundadas.

A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e hoje cerca de 8.500 ocorrências no continente português, na sua maioria inundações e quedas de árvore, envolvendo cerca de 25 mil operacionais.

O mau tempo provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

No balanço das 20:00 de hoje, a Proteção Civil indicou que, apesar do "ligeiro desagravamento das condições meteorológicas" durante o dia, a situação no rio Douro, na Régua, Porto e Gaia, "é preocupante".

Três distritos (Beja, Faro e Setúbal) mantêm-se com aviso laranja (o segundo mais grave) até às 06:00 de sábado, devido a agitação marítima, enquanto 11 distritos estão sob aviso amarelo por causa de precipitação e/ou agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

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