Menos mortos, mais acidentes e mais feridos. Assim foi 2019 nas estradas

As autoridades fizeram, ao início da tarde desta quinta-feira, um balanço da sinistralidade nas estradas portuguesas em 2019.

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Filipa Matias Pereira
02/01/2020 15:25 ‧ 02/01/2020 por Filipa Matias Pereira

País

Acidente

Em 2019, as autoridades registaram menos vítimas mortais nas estradas portuguesas, mas mais acidentes, mais feridos, quer graves quer ligeiros, do que em relação a 2018. Este é o balanço da PSP e da GNR em relação à sinistralidade nas estradas portuguesas. 

Esta quinta-feira,  a  Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) fizeram um balanço conjunto da sinistralidade e da fiscalização rodoviária no período do Natal e Ano Novo, entre 18 de dezembro de 2019 e 1 de janeiro de 2020, e divulgaram o balanço provisório de 2019.

Relativamente a 2019, frisou o porta-voz das autoridades na conferência de imprensa, registaram-se "411 vítimas mortais" na sequência de acidentes de viação. Comparativamente a 2018, falamos de "menos 24 vítimas mortais, mas mais acidentes e mais feridos graves e leves". 

Quanto às causas prováveis dos acidentes, de acordo com o porta-voz, "numa primeira perceção" é possível "elencar duas situações comuns, a não utilização da velocidade adequada e a distração". Para além disso, a maioria dos acidentes foi registada dentro das localidades, pese embora o maior número de vítimas mortais se tenha registado noutras estradas. 

Ainda de acordo com o balanço, é possível concluir que são os condutores que mais morrem nas estradas e que a maioria são homens. Em 2019, houve "326 vítimas masculinas e 85 femininas". 

O presidente da Segurança Rodoviária sublinhou que as maiores descidas do número de vítima mortais verificaram-se nos distritos de Setúbal (menos 37), Leiria (menos 16) e Vila Real (menos 10).

"Apesar desta redução, é necessário que todos os intervenientes na segurança rodoviária, desde os condutores, aos gestores de infraestruturas, às forças de segurança, entre outros, trabalhem em conjunto e para um objetivo comum, de forma a consolidar a diminuição da sinistralidade rodoviária até ao único número aceitável de vítimas mortais, que é zero", disse Rui Ribeiro, sustentando que "a sinistralidade rodoviária não é uma fatalidade e pode ser evitada".

Rui Ribeiro justificou a descida do número de vítimas mortais com o comportamento dos condutores, qualidade das infraestruturas e por uma consciencialização de que a sinistralidade rodoviária é "um problema que tem de ser abordado por todos os setores da sociedade".

Questionado sobre se o número de mortos pode vir a aumentar quando forem contabilizadas as vítimas mortais a 30 dias, o presidente da ANSR afirmou que irá aguardar pelos resultados definitivos, mas que "a expectativa é que, mantendo-se os mesmos rácios de vítimas mortais por ferido grave, em princípio, continuará abaixo do número que se verificou no ano passado".

ANSR indicou também que foram fiscalizados 12,8 milhões de condutores no ano passado, que resultaram em 1,4 milhões de infrações e a detenção de 27.216 condutores, 14.999 (55%) dos quais por excesso de álcool.

As forças de segurança registaram igualmente 661.799 infrações por excesso de velocidade, 56.026 por falta de inspeção, 34.333 por falta de seguro e 33.814 por uso do telemóvel ao volante.

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Administração Interna, aproveitou a oportunidade para ressalvar que a segurança nas estradas "é um desígnio que deve ser nacional". Mas, "por mais adequada que seja a legislação na matéria e o socorro, há um papel fundamental que depende de cada um de nós". 

As autoridades assumem o desafio de "continuar a trabalhar para que a estratégia definida seja implementada e reforçada. Vamos melhorar a fiscalização, continuar a trabalhar na sensibilização e em operações concretas como foi a de Natal e a de Ano Novo". 

 [Notícia atualizada às 22h48]

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