Em 2019, as autoridades registaram menos vítimas mortais nas estradas portuguesas, mas mais acidentes, mais feridos, quer graves quer ligeiros, do que em relação a 2018. Este é o balanço da PSP e da GNR em relação à sinistralidade nas estradas portuguesas.
Esta quinta-feira, a Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) fizeram um balanço conjunto da sinistralidade e da fiscalização rodoviária no período do Natal e Ano Novo, entre 18 de dezembro de 2019 e 1 de janeiro de 2020, e divulgaram o balanço provisório de 2019.
Relativamente a 2019, frisou o porta-voz das autoridades na conferência de imprensa, registaram-se "411 vítimas mortais" na sequência de acidentes de viação. Comparativamente a 2018, falamos de "menos 24 vítimas mortais, mas mais acidentes e mais feridos graves e leves".
Quanto às causas prováveis dos acidentes, de acordo com o porta-voz, "numa primeira perceção" é possível "elencar duas situações comuns, a não utilização da velocidade adequada e a distração". Para além disso, a maioria dos acidentes foi registada dentro das localidades, pese embora o maior número de vítimas mortais se tenha registado noutras estradas.
Ainda de acordo com o balanço, é possível concluir que são os condutores que mais morrem nas estradas e que a maioria são homens. Em 2019, houve "326 vítimas masculinas e 85 femininas".
O presidente da Segurança Rodoviária sublinhou que as maiores descidas do número de vítima mortais verificaram-se nos distritos de Setúbal (menos 37), Leiria (menos 16) e Vila Real (menos 10).
"Apesar desta redução, é necessário que todos os intervenientes na segurança rodoviária, desde os condutores, aos gestores de infraestruturas, às forças de segurança, entre outros, trabalhem em conjunto e para um objetivo comum, de forma a consolidar a diminuição da sinistralidade rodoviária até ao único número aceitável de vítimas mortais, que é zero", disse Rui Ribeiro, sustentando que "a sinistralidade rodoviária não é uma fatalidade e pode ser evitada".
Rui Ribeiro justificou a descida do número de vítimas mortais com o comportamento dos condutores, qualidade das infraestruturas e por uma consciencialização de que a sinistralidade rodoviária é "um problema que tem de ser abordado por todos os setores da sociedade".
Questionado sobre se o número de mortos pode vir a aumentar quando forem contabilizadas as vítimas mortais a 30 dias, o presidente da ANSR afirmou que irá aguardar pelos resultados definitivos, mas que "a expectativa é que, mantendo-se os mesmos rácios de vítimas mortais por ferido grave, em princípio, continuará abaixo do número que se verificou no ano passado".
A ANSR indicou também que foram fiscalizados 12,8 milhões de condutores no ano passado, que resultaram em 1,4 milhões de infrações e a detenção de 27.216 condutores, 14.999 (55%) dos quais por excesso de álcool.
As forças de segurança registaram igualmente 661.799 infrações por excesso de velocidade, 56.026 por falta de inspeção, 34.333 por falta de seguro e 33.814 por uso do telemóvel ao volante.
Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Administração Interna, aproveitou a oportunidade para ressalvar que a segurança nas estradas "é um desígnio que deve ser nacional". Mas, "por mais adequada que seja a legislação na matéria e o socorro, há um papel fundamental que depende de cada um de nós".
As autoridades assumem o desafio de "continuar a trabalhar para que a estratégia definida seja implementada e reforçada. Vamos melhorar a fiscalização, continuar a trabalhar na sensibilização e em operações concretas como foi a de Natal e a de Ano Novo".
[Notícia atualizada às 22h48]