Associação de Sargentos apela a militares para mostrarem descontentamento

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) apelou hoje aos militares para que participem numa iniciativa promovida dia 21 por um grupo designado "militares unidos" para mostrar o "descontentamento" com "medidas lesivas" da condição militar.

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Lusa
17/01/2020 19:06 ‧ 17/01/2020 por Lusa

País

ANS

"Entendemos o apelo feito por um grupo de militares no sentido de mostrar o descontentamento (com os camaradas à hora do almoço, ficando na unidade até ao arriar da bandeira) no próximo dia 21 de janeiro", afirmou a ANS, em comunicado hoje divulgado.

A iniciativa decorrerá um dia antes da discussão do Orçamento do Estado para a área da Defesa, com o ministro da tutela, João Gomes Cravinho, no parlamento, refere a ANS, exortando "os sargentos de Portugal e demais militares a tomarem posição e a responderem afirmativamente ao apelo para que participem".

No comunicado, a ANS afirma a "disponibilidade para lutar contra medidas legislativas lesivas da própria condição militar" e "combaterá com uma atitude política de defesa socioprofissional dos seus associados, sem vacilar e sem responder a provocações".

"Apelamos a todos os camaradas que colaborem e participem no que lhes vier a ser solicitado, seja no sentido da elaboração de documentos, recolha de assinaturas e outros mecanismos que, pela via política, judicial e jurídica, também tenhamos que dinamizar", acrescenta a ANS.

O documento posto a circular junto dos militares, assinado por "militares unidos" e a que a Lusa teve acesso, apela para que na próxima terça-feira os militares possam "mostrar o descontentamento" nas unidades onde prestam serviço.

"Sejas praça, sargento ou oficial, faltando ao almoço, ficando na unidade a assistir" ao arriar da bandeira, e "manifestando por qualquer meio aos teus camaradas e chefes que estás pronto para manifestar o teu descontentamento e a lutar efetivamente pelos teus direitos", exorta o documento.

"Há quanto tempo camarada militar não és aumentado? Há quanto tempo não és promovido quando é devido? Há quanto tempo sentes que trabalhas sem as devidas condições de segurança? Há quanto tempo te sentes injustiçado? Há quanto pagas tu e a tua família para uma saúde que não tens?", questionam.

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