Costa pede "acordo rápido" no orçamento europeu para evitar crise na UE

O primeiro-ministro português considerou hoje que a União Europeia tem de alcançar rapidamente um acordo sobre o orçamento europeu para os próximos sete anos para não prejudicar a economia dos Estados-membros e evitar uma nefasta crise institucional.

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Lusa
01/02/2020 11:48 ‧ 01/02/2020 por Lusa

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António Costa

António Costa falava no final de uma reunião com o chefe do Governo da Croácia, Andrej Plenkovi, país que detém a presidência rotativa da União Europeia (UE), e antes do início da terceira cimeira dos "Amigos da Coesão", que junta em Beja 17 Estados-membros da união.

Perante os jornalistas, António Costa deixou uma série de avisos, dizendo que "é importante" que um acordo em torno do Quadro Plurianual Financeiro (2021/2027) da União Europeia seja alcançado "o mais rapidamente possível".

"Seria um mau sinal para a economia europeia que houvesse dúvidas em relação à continuidade do fluxo de financiamento de investimentos cuja realização são muito importantes, sobretudo quando se pretende levar a sério desafios como o das alterações climáticas, a transição digital e a melhoria da qualidade do emprego. É fundamental que haja um acordo rápido", acentuou.

Mas o primeiro-ministro foi ainda mais longa nas suas advertências, defendendo que é necessário que haja "espírito de compromisso" e que estão em cima da mesa uma proposta da Comissão Europeia (1,1% do rendimento nacional bruto por Estado-membro) e outra do Parlamento Europeu (1,3% do rendimento nacional bruto), "a quem no final competirá aprovar esse orçamento".

"Temos de fazer um esforço de aproximação entre a proposta da Comissão Europeia e a proposta do Parlamento Europeu, de forma a podermos encontrar um acordo institucional. Os tempos na Europa não estão para conflitos institucionais ou para divisões, estão para coesão", frisou.

Depois, o primeiro-ministro português argumentou que a política coesão "beneficia todos os Estados-membros da União Europeia e, por isso, diz respeito a todos".

"É a política que leva a União Europeia a cada cidade, a cada vila, a cada aldeia e a cada cidadão. Se quereremos mesmo uma Europa dos cidadãos, uma Europa próxima das pessoas e centrada na resolução dos problemas das pessoas, então temos de ter uma forte política de coesão", disse.

Nesta conferência de imprensa, logo na sua primeira intervenção, o primeiro-ministro português deixou o recado de que a União Europeia precisa de unidade, sobretudo após a concretização da saída do Reino Unido.

"Esta cimeira acontece num dia muito especial, o primeiro em que a União Europeia está a 27. Neste momento de divisão, é importante transmitirmos uma mensagem de coesão. Por isso, é importante reunir aqui em Beja 17 Estados-membros, a Comissão Europeia e a presidência em exercício do Conselho Europeu", apontou.

De acordo com o primeiro-ministro, é mesmo necessário "passar uma mensagem clara de que a Europa está unida e que deseja reforçar a sua coesão".

"Neste dia em que vemos o Reino Unido deixar a União Europeia é importante dar esta mensagem clara de que a União se manterá coesa e seguirá em frente", reforçou.

Na sua declaração inicial, tendo ao seu lado o primeiro-ministro croata, António Costa fez questão de agradecer a presença de Andrej Plenkovi (um dos principais líderes do Partido Popular Europeu) na cimeira de Beja, "mesmo estando no exercício da presidência rotativa do Conselho Europeu".

"Na nossa reunião também falámos sobre as relações bilaterais entre Portugal e a Croácia, dois países amigos que têm experiências diversas de participação na União Europeia, mas que devemos estreitar", defendeu António Costa.

 

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